quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma das escolas mais antigas de AL sofre com o descaso do Estado

Thayanne Magalhães

A Escola Estadual Nossa Senhora do Bom Conselho já foi uma das melhores de Maceió. Hoje em dia vive no descaso, com uma má infra-estrutura e falta de cuidados por parte do Governo Estadual. A direção da Escola e alguns estagiários conversaram com a equipe do Alagoas Agora e contou a situação em que se encontra o prédio, construído em 1877, para abrigar as mulheres e filhas dos homens que iam lutar na Guerra do Paraguai.

O estagiário de educação física,Thiago Lino, 22 anos, contou que os bombeiros estiveram na Escola em agosto para fazer uma vistoria nas árvores que estavam ameaçando cair por causa dos ataques dos cupins, mas, apesar de terem usado veneno para matar a praga, hoje, parte de uma árvore caiu em cima de uma das salas. Por sorte nenhum aluno estava no local no momento do acidente.


Os banheiros são sujos, o palco de mais de 80 anos nunca foi reformado, o bebedouro não funciona direito e a água se espalha pelas dependências do prédio. Além das salas mal cuidadas, com as paredes riscadas e sujas.

“Ontem os alunos tiveram que ser liberados mais cedo, porque a Escola está empestada de focos da dengue. Os agentes de saúde vêm aqui, mas os focos estão em lugares de difícil acesso”, contou o estagiário, que estudou no Bom Conselho desde 1995, época em que a instituição era cuidada pelas Irmãs Sacramentinas e era uma das melhores escolas de Maceió.

“Eu acompanhei toda a decadência do Bom Conselho. Depois que as Irmãs alugaram o prédio para o Estado, a Escola foi abandonada. Aqui aconteciam os melhores jogos internos de Alagoas. Tínhamos banda Macial, e todo mundo queria estudar aqui”, desabafou Thiago.

A atual diretora da Escola, Rosane Barbosa, diz que escolas estaduais próximas ao Bom Conselho têm investimento do Governo por serem patrimônio do Estado.

“O Bom Conselho não tem investimento do Governo porque funciona em um prédio alugado. Por isso esse descaso. Mas a nossa comunidade escolar está organizando um bingo de eletro - domésticos para arrecadar fundos e fazer algumas reformas na Escola. Apesar de não ser nossa obrigação, nós pensamos no futuro desses alunos que precisam estudar aqui”, disse a diretora.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Atendimento da polícia pelo 190 ainda deixa a desejar


Diante de uma situação de risco, onde o cidadão se vê refém de um assaltante, usuário de drogas ou qualquer espécie de bandido, a primeira coisa a ser feita é ligar para o 190. E quando o socorro da Polícia Militar não chega a tempo de salvar a vítima, ou, pelo menos prender o criminoso, a quem se deve recorrer? A demora no atendimento do 190, ou até mesmo o não comparecimento de uma viatura diante do socorro, é uma situação muito mais comum do se imagina em Maceió.

Ontem a noite os jornalistas do Primeira Edição estavam largando do trabalho e deram de cara com usuários de crack consumindo a droga em frente ao prédio onde funciona o jornal e o site. O 190 foi acionado às 20h e até às 21 nenhuma viatura havia chegado no local.

Uma estudante que não quis se identificar, moradora do bairro Gruta de Lourdes, disse que este ano precisou mais de uma vez do atendimento do 190 e não obteve êxito. Uma das vezes ela estava na rua em que mora e flagrou um casal de assaltantes arrombando um estabelecimento comercial e entrando para roubar. “Imediatamente liguei para o 190. Mas eles não chegaram a tempo. Os bandidos entraram no local, roubaram e fugiram e eu assisti tudo. Esperei a polícia, mas eles só chegaram quando eu já estava dormindo”, afirmou a estudante.

“Outras duas vezes liguei para denunciar um bar que fica até de madrugada com som alto durante a semana inteira. Mas parece que a polícia não leva mais em consideração o descanso de quem precisa trabalhar e estudar”, concluiu.

Outra pessoa que precisou do serviço de emergência da polícia, relatou ao PRIMEIRAEDICAO que estava em um ônibus que foi assaltado próximo à Praça Sinibú no mês passado. Os assaltantes foram detidos por um agente do BPTRAN que estava no local e ela entrou em contato com 190. “Em quinze minutos chegou uma viatura da PM, mas os policiais disseram que estavam em outra ocorrência próxima ao local, por isso chegaram rápido”, disse. “Existem os dois lados da moeda. A Polícia Civil é quem passa as informações das ligações feitas ao 190 para a Polícia Militar. Daí, não dá para saber com quem está a maior responsabilidade”, concluiu a vítima que pediu para não ser identificada.

O outro lado

O chefe do Central de Operações Policiais Militares (Copom), major Eduardo Caetano de Azevedo, disse que o atendimento do 190 melhorou consideravelmente nos últimos meses. Em entrevista ao site Primeira Edição, ele afirmou que, mesmo que o atendimento demore, será atendido. “Não é uma questão de prioridade. A sociedade como um todo é prioridade. Mas, dependendo da demanda de ocorrências, pode ser que o atendimento demore, porque é preciso resolver uma para depois ir resolver outra”, afirmou o major.

Eduardo disse também que está prevista a circulação de mais 15 viaturas locadas nos próximos dias, o que irá ajudar a melhorar no atendimento. “No final do dia, início da noite, ocorrem um aumento considerável no número de ocorrências porque há uma quantidade maior de pessoas circulando nas ruas, o fechamento de estabelecimentos comerciais, causando o aumento no número de chamadas para o 190. Com uma quantidade maior de chamadas, a quantidade de viaturas pode não ser suficiente, por isso, se houver ocorrências mais graves como assaltos, tentativas de assassinato, iremos mandar as carros para os mais urgentes, no término das mesmas, mandaremos a viatura para as demais”, afirmou.

O major concluiu dizendo que a Secretaria da Defesa Social está tentando melhorar cada vez mais o atendimento do 190.

Thayanne Magalhães