segunda-feira, 21 de março de 2011

Obrigada por me deixar viver, senhor ladrão!

"Obrigada por me deixar viver". Era só isso que eu gostaria de dizer à dupla de assaltantes que me aterrorizou nesta ultima sexta-feira 18. Até acontecer com a gente, os registros de assaltos, assassinatos, são apenas mais um noticiado pela imprensa, mas só até acontecer com a gente. Como jornalista, sempre procurei fazer minha parte, apelando em meus textos por mais segurança nesse nosso pequeno estado, que tem como titulo, o de mais violento do país.

É muito raro encontrar alguém em Maceió que nunca tenha sido vitima da violência, ou que não conheça alguém que já tenha sido assaltado, violentado, desrespeitado por algum marginal, bandido, criminoso, que por falta de oportunidade (essa desculpa é ótima para os vagabundos) ou pelo sangue frio, ou pelo fato de que roubar e matar tem sido algo cada vez mais banal, entram nesse mundo e tiram a paz das pessoas que lutam por uma vida melhor.

No meu caso, resumindo minhas lembranças relacionadas às violências que sofri, aí vai: quando tinha entre 8 e 10 anos, estava feliz com minha bicicleta nova, que ganhei de Natal. Estava pedalando de casa até a esquina, quando um ladrão me apontou uma arma e levou meu brinquedo, em um ponto de ônibus. Só pude chorar e passar semanas sentindo falta da minha tão esperada bicicleta.

Quando estagiava em um órgão publico no Centro da cidade, em 2008, eu acho, esperava para passar a rua e subir a ladeira da Catedral até a faculdade, quando uma dupla passou por mim e, um deles, andando feito um macaco balançando os braços, puxou minha corrente do pescoço e saiu andando na maior moral. Novamente chorei com o susto em seguida me veio o ódio pela ousadia e falta de respeito.

Até então eu criticava meus colegas nas redações onde passei, que comemoravam quando um ladrão era espancado ou morto. Eu acreditava que esse tipo de gente merecia uma segunda chance. Mas, depois de sentir na pele a frieza e cara de pau dessas criaturas, passei a não me importar mais com o que acontece com eles. Eu rezo, sou cristã e rezo, mas piedade, isso eu deixei de sentir.

Dentro do ser humano existem sentimentos que se provocados, podem fazer grandes estragos e eu não culpo um pai de família, um trabalhador que reage com fúria contra um ladrão.

E todo esse ponto de vista eu passei a ter por conta dessa experiência que não foi absolutamente nada diante do que me viria.

No mesmo ano, se não me engano, chegava em casa, quando morava no bairro da Gruta, por volta das 20 horas e um jovem, de calça jeans, tênis e mochila, aparentando ser um trabalhador, parou sua bicicleta na minha frente e pediu meu celular, relógio e dinheiro. Se eu falasse algo, ele me matava com a suposta arma que estava na mochila. “Que vida mais sem valor essa minha”, eu pensei.

Nessa ocasião eu fui fria, cheguei a pedir meu chip e desejei boa sorte para o criminoso. “Para você também”, respondeu o simpático ladrão. “Pois é, se eu tiver sorte não encontro mais com um da sua laia na minha frente”, eu quis dizer, mas poderia morrer pela ironia.

Em 2009, a maior sensação de injustiça, a dor inexplicável que só quem perde alguém para o crime pode sentir. Meu pai foi assassinado, cerca de um mês antes do meu aniversario. Sim, ele foi assassinado, sabe se lá porquê. Dizem que foi dívida de jogo ou assalto. Não sei até hoje o motivo pelo qual perdi meu pai. O crime aconteceu em Arapiraca onde ele morava com a segunda esposa e meu irmão e, apesar de não sermos grudados como na infância, ele continuava sendo meu pai. Ele não morreu, não. Mataram ele e a diferença entre morrer e ser morto é gigante. Não há explicação que conforme o coração de quem perdeu alguém dessa forma.

O que fica e uma sensação de injustiça, um eterno questionamento. “Por que temos que passar por isso? O que eu poderia ter feito para evitar? O que leva uma pessoa a tirar a vida de outra sem pensar no mal que fará aos seus familiares, filhos, mãe? Essas pessoas que cometem esses crimes têm mãe? Tem sentimento? Ou são meros seres humanos secos de qualquer tipo de remorso?”

No ano passado resolvi deixar de lado meu preconceito e fui curtir as festas juninas no Jaraguá (é que prefiro rock). Tinha polícia na entrada e dentro do evento, “que bom”, eu pensei. Mas, depois de me divertir com o meu então namorado e minha amiga, fomos andando junto com uma multidão até o Sesc Poço para pegar um ônibus e economizar. Antes tivesse gasto com táxi.

E lá no ponto, cheio de pessoas e sem nenhum policiamento (acho que todos estavam cuidando da festa da prefeitura em parceria com o governo), um grupo de maloqueiros nos rodeou e começou a violência. Arrancaram a minha bolsa de mão com o celular da minha amiga, deram um murro no meu namorado sem que ele tivesse reagido a nada e levaram o celular do bolso dele. Só não conseguiram levar o relógio porque tinha uma trava na fechadura e os imbecis não sabiam abrir.

Eu cheguei a reagir e empurrar um deles, o mesmo que agrediu meu namorado. Também fiquei dando umas tapas no “noiero” nojento que tentava roubar o relógio dele. “Ah não! O relógio não! Fui eu quem dei”. Pois é, perigosa minha atitude, mas foi instintiva, sem pensar.

Uma viatura veio uns dez minutos depois, mostramos por onde o bando, também formado por mulheres de shorts bem curto e barriga de fora (mesmo as gordas de barriga de fora), tinha corrido, mas era uma rua escura e os policiais, ou não entenderam, ou não quiseram arriscar entrar naquele lugar, e passaram direto. Não encontraram nenhum suspeito.

De novo a sensação horrível de se sentir injustiçado, de ver as suas coisas, que você comprou com seu trabalho, serem levadas por vagabundos sem medo, sem receio, pela certeza da impunidade. Estão acostumados com essa vida e sabem que dificilmente serão punidos. Não é a toa que tem tanta gente nesse “ramo” em Maceió e em todo o Estado.

E, finalmente chegando na sexta passada, depois de um dia de trabalho aqui na redação, saí um pouco mais tarde do meu horário e fui andando pelo caminho de sempre. Na minha frente, avistei uma moto com duas criaturas se aproximando e já imaginava o que me viria. Não pensei em nada, apenas assisti a cena como se soubesse exatamente o que iria acontecer.

Mas, quando eles pararam e um deles botou o pé no chão e exigiu minha bolsa, eu simplesmente corri como eu não imaginava que pudesse correr. Muito rápido. Deve ser o tal instinto de sobrevivência. Mas, ao ouvir um deles dizer “atira nela! Atira nela”, eu perdi os sentidos, perdi as forças nas pernas e caí no chão. Estava correndo tão rápido que a queda foi com impulso enorme e saí ralando cotovelo, barriga, joelhos na calçada... me machuquei toda e por alguns segundos esperei os tiros ali, caída, sem defesa, com minha bolsa que tinha apenas 20 reais, meus documentos, blocos de papel e canetas.

O tiro não veio (Graças a Deus! Graças a Deus)! e eu consegui levantar e correr até dobrar a esquina onde tinham pessoas. Entrei numa padaria para me acalmar e liguei para meus colegas de trabalho e amigos. Fui amparada e me deixaram em casa. Antes de ir para casa, uma viatura veio até o jornal e eu registrei um Boletim de Ocorrência (BO), mas, para quê mesmo?

Quantas duplas de motoqueiros estão a solta em Maceió roubando em casa esquina? Eu fui apenas mais uma vítima a reclamar aos policiais militares que escutam casos idênticos ao meu diariamente.

Será que por eu reclamar e está publicando tudo isso, haverá alguma melhoria na segurança pública? Terão mais viaturas circulando na cidade? Vai diminuir o número de assaltos, assassinatos, tráfico? Acho que não. Nossa Alagoas parece está cada vez mais distante de ser um bom lugar para se viver e eu as vezes penso se não seria mais seguro abandonar tudo e tentar recomeçar a vida em outro lugar.

Isso mesmo, já chego ao ponto de pensar em deixar minha terra natal por medo. Estou viva hoje por um milagre. Quantas outras chances eu terei se continuar aqui?

Passei o fim de semana com muita febre, angustiada e amedrontada. Eu que já montei os cavalos mais bravos desde criança, eu que já briguei na porrada com homem, eu que decidi morar sozinha e meter a cara na vida, me virar acreditando que tudo vai dar certo. Eu mesma. Passei o fim de semana pensando nas coisas que eu queria ter feito e deixei de fazer, nas pessoas que eu me afastei por mágoa mas ainda as amo, nos lugares que ainda quero conhecer, nos “eu te amo” que eu preciso dizer.

E um filme me passou pela cabeça. O filme da minha vida. E diante de uma experiência dessas, você começa a repensar suas prioridades e eu, sem dúvidas, não acho que rotina seja uma coisa bacana. Não acredito de jeito nenhum que uma pessoa tenha que viver a vida correndo atrás de grana, passando por cima de qualquer um para subir na vida. Não!

A cada dia que passa eu vejo a vida com mais simplicidade. A cada dia que passa eu admiro mais o que Jesus veio nos passar. Simplesmente amar e não fazer aos outros o que não quer que seja feito conosco. Assim, simplesmente assim, o mundo funcionaria na maior paz e harmonia.

Mas não aprendemos absolutamente nada. O ser humano é o único animal que tem que se proteger da sua própria espécie. É o único que mata por maldade, por ignorância, crueldade, sangue frio.

E todo esse texto é apenas o desabafo de uma jovem jornalista, cansada dessa realidade absurda, cansada de registrar diariamente, DIARIAMENTE, a morte de tantos jovens, tantas e tantas vitimas de assaltos e tanta, mas tanta falta de segurança nesse lugar pequeno e tão mal governado.

Não é só a violência que me incomoda não. Se eu tivesse levado um tiro pelas costas, quanto tempo demoraria para eu ser socorrida? E qual hospital público me atenderia rapidamente? Minha vida estaria salva com a saúde pública que temos? Eu não acredito nessa hipótese. Acho que eu, se não morresse na hora do crime, agonizaria muito antes de ser atendida por algum médico mal humorado, insatisfeito com seu salário e acostumado a ver tanta gente morrer todos os dias na frente dele. Eu seria apenas mais uma.

E toda essa bola de neve de “esculhambação” começa no que seria o básico para qualquer sociedade com o mínimo de civilidade: começa na educação. E qual a qualidade das nossas escolas públicas? Nem é preciso comentar.

E quero finalizar esse artigo, texto, desabafo, não reclamando. Já faço isso diariamente, reclamando por mim ou transcrevendo o que as pessoas (a grande maioria delas) dizem. Quero terminar agradecendo por estar viva. Passei o fim de semana adoentada, de cama, com o cotovelo, barriga e joelho machucados da queda, mas fui bem cuidada. Só tenho que agradecer por ser tão abençoada e por ter de novo a chance de fazer e dizer o que tenho vontade. Obrigada!

Thayanne Magalhães

quarta-feira, 16 de março de 2011

Riscos trazidos por usinas nucleares geram questionamentos

Os incidentes ocorridos nas usinas nucleares do Japão têm deixado o mundo apreensivo com as consequências que uma possível contaminação possa causar às pessoas que tenham contato com a radiação. No Brasil, fala-se em construir 4 novas usinas, uma em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e outras no Nordeste, sendo uma delas em Alagoas. Diante das tragédias registradas no mundo, há de se convir que existam outras formas de se obter energia como as usinas hidrelétricas, eólicas e a energia solar, que não trazem riscos “gravíssimos” para a população.

Mesmo com todo o risco que a energia nuclear pode trazer, sem exageros ao afirmar, a toda humanidade, ainda existem os que insistem nessa idéia. Em coletiva realizada nesta terça-feira (15), o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, afirmou que as usinas nucleares brasileiras atendem a todas as exigências de segurança internacionais e que não há riscos de incidentes. Mas, quando construíram a do Japão, havia riscos?

O ministro frisou que o incidente no Japão deverá resultar em novos protocolos internacionais de segurança e que, caso isso realmente aconteça, o Brasil prontamente atenderá às novas regras estabelecidas pela Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEN).

Mercadante esclareceu também que os sistemas de segurança das usinas brasileiras são diferentes das japonesas, o que, segundo ele, praticamente exclui a possibilidade de incidente semelhante no Brasil. Outro fator destacado pelo ministro é o fato de que o Japão possui um histórico de terremotos e tsunamis e, no caso de Angra dos Reis, onde há incidência de chuvas, alagamentos e desabamentos, as usinas estão “blindadas” contra esses tipos de desastres.

Usina Nuclear em Alagoas
No início do mês, o secretário adjunto de Minas e Energia do governo de Alagoas, Geoberto Espírito Santo, destacou algumas vantagens que a construção de uma usina nuclear traria para o Estado. Para ele, a obra traria, sem sombras de dúvidas, a diminuição das diferenças econômicas e sociais na Região Nordeste.

O secretário não foi encontrado para falar sobre o assunto nesta quarta-feira (16) para saber se existem mudanças de planos depois dos incidentes ocorridos no Japão. A escolha e implantação das primeiras usinas nucleares no Nordeste devem ser anunciadas pelo governo federal até junho, pelo menos era o previsto.

Na mesma entrevista concedida no início do mês de março, Geoberto disse que especialistas explicam que a geração de energia nuclear gera poucos resíduos e não emite grande quantidade de poluentes, não contribui para o efeito estufa, não polui o ar com gases enxofre, nitrogênio, particulados e outros. Outra vantagem, segundo o secretário, é que uma usina nuclear não utiliza grandes áreas de terreno.

“É a fonte mais concentrada de geração de energia e a quantidade de resíduos radioativos gerados é extremamente pequena e compacta”, afirmou Geoberto na ocasião.

Segundo foi dito na entrevista, a tecnologia do processo é bastante conhecida e o risco de transporte do combustível é significativamente menor quando comparado ao gás e ao óleo das termelétricas e não necessita de armazenamento da energia produzida em baterias.

Contudo, mesmo visando os benefícios econômicos que as usinas nucleares podem trazer ao estado, ainda é questionável a necessidade de correr o risco de um incidente como o do Japão, que mobiliza o mundo inteiro por conta do risco de contaminação radioativa, podendo causar danos irreversíveis à saúde das pessoas.

Mercadante, na coletiva de ontem, indicou que o projeto das quatro novas usinas nucleares do Brasil está condicionado aos desdobramentos do acidente no Japão. Planejadas para entrar em operação até 2030, as usinas podem não sair do papel. “Se os protocolos evoluírem para restrições mais severas ou mesmo para a interrupção de operação das usinas, o Brasil estará associado às exigências”, afirmou o ministro.

Thayanne Magalhães

Reforma Política: o voto deve ser facultativo?

Dentre os temas a serem discutidos na Comissão de Reforma Política no Senado, está o voto facultativo, que hoje é para os analfabetos, maiores de 70 anos e menores de 18. A data marcada para esta pauta é o próximo dia 17 de março. O assunto é polêmico e divide a opinião pública.

A pessoa interessada em votar teria que se alistar. Caso contrário, não teria mais a obrigação de ir às urnas nas eleições.

O cronograma de trabalhos foi aprovado nesta terça-feira (1º) e a expectativa dos senadores que integram a comissão é concluir a proposta de reforma política até o dia 5 de abril.

Na opinião do cientista político, Alberto Saldanha, transformar o voto obrigatório em opcional vai ser uma tarefa difícil, tendo em vista que não exista um consenso entre os integrantes da comissão. “O próprio presidente do Senado, Sarney, vive dizendo que vai ser difícil, que não existe um consenso e certamente não vai ser aprovada. Toda vez o Congresso quer fazer a reforma política, mas sempre acaba do mesmo jeito que está”, disse Saldanha em entrevista ao Primeira Edição.

“Se a sociedade não se envolver, apresentar um projeto, debater, a discussão vai ser o que sempre foi. Eu não acredito que vá haver mudança substancial”, continuou.

Saldanha acredita que o voto deve continuar obrigatório. “Votar é o mínimo que o cidadão deve ser obrigado para participar da política. O voto decide quem vai conduzir o futuro do país e não se pode abrir mão de tomar essa decisão”.

O cientista político acredita também que, caso o voto se torne facultativo, só vai ajudar ainda mais a aumentar o poder dos políticos que possuem ‘currais eleitorais’. “A pessoa que não irá votar, certamente é a que tem um nível cultural maior, é mais bem informada. Quanto aos pobres, os que vendem seus votos, esses vão continuar indo às urnas votar em seus ‘coronéis’. Enfim, é um tema polêmico e acredito que deva ficar como está”.

As pessoas
A auxiliar administrativa, Andressa Araújo, de 21 anos, acha que o voto deva continuar sendo obrigatório. “Eu trabalhei para um candidato nas eleições passadas e percebi o quanto ainda falta consciência no brasileiro. Ouvi muito eleitor dizer que votaria em quem pagasse mais. É preciso não só obrigar a votar, para que haja o mínimo de participação política das pessoas, mas também conscientizar os mais humildes, insistir na educação”, opinou a jovem.

Para o estudante de Publicidade, Bruno Vital, de 25 anos, a obrigatoriedade ou não do voto não faria grande diferença. “O povo acaba votando se quiser, porque se deixar de ir às urnas no dia da eleição, é só pagar depois uma multa de três reais, eu acho, e fica perdoado”, disse.

“Caso o voto se torne facultativo, tornará o processo eleitoral mais democrático, porém, muitos que lutaram na Ditadura Militar pelas eleições diretas vão se sentir traídos”, acredita Bruno.

Resta esperar o dia da conclusão da proposta de reforma política e ver se existirão mudanças, ou se o cenário político brasileiro continua como está.

Thayanne Magalhães

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Confira entrevista com 'Galego do Veneno', figura folclórica de Alagoas

Conhecido nacionalmente como ‘Galego do Veneno’, Genésio Rodrigues dos Santos, de 65 anos, trabalha há mais de 52 vendendo produtos no Parque Rio Branco, área do Mercado da Produção, no Centro de Maceió. A figura folclórica já foi tema de reportagens em rede nacional e já se candidatou três vezes em eleições, concorrendo ao cargo de vereador da capital de Alagoas.

Esta repórter que vos escreve foi até a barraca do ‘Galego do Veneno’, onde ele comercializa seus produtos com a ajuda de um aparelho de som ligado em seu fusca verde, para saber como anda a vida desse divertido comerciante de venenos para matar ratos e insetos.

Confira a entrevista:

Primeira Edição: você sempre trabalhou nessa região do Mercado?
Gelego do Veneno: há mais de 52 anos que eu trabalho por aqui. Mas na linha do trem tem mais de 20. Montei minha barraca do lado do meu fusca e fiquei até hoje.

PE: quando foi candidato a vereador de Maceió, recebeu muitos votos?
GV: recebi nada! Nem a minha mulher votou em mim, porque eu disse que já estava eleito e ela foi e votou no meu compadre, com pena dele. Para falar a verdade, nem eu votei em mim, estava bêbado no dia e nem lembro o que estava fazendo na eleição.

PE: a sua renda com a venda de venenos dá para sobreviver?
GV: dá sim! É daqui que eu tiro o sustento da minha mulher e dos meus filhos. É tanta gente querendo comprar aqui que tem que fazer fila, fica um empurrando o outro. Vou ter que contratar um rapaz para me ajudar, porque não estou dando conta de tantos clientes!

PE: você tem quantos filhos?
GV: para falar a verdade eu tenho sete mulheres e tanto filho que tem um bocado que eu nem conheço [risos]. Eles descobrem que eu sou pai deles, vêm aqui, e quando descobrem que eu não tenho dinheiro para dar, vão embora com raiva de mim. Mas falando sério, sou casado com a mãe do meu derradeiro filho.

PE: você se acha famoso?
GV: Ah! Eu sou muito conhecido. Todo mundo me conhece como o homem que mais mata em Alagoas. Sou o matador! Mato rato, barata, escorpião, formiga preta, todas essas pragas que estão infestando a cidade.

O ‘Galego do Veneno’ chega sempre por volta das 8 horas no seu ponto de venda e é uma figura muito divertida. Quem precisa de veneno para matar as pragas em sua residência, aí está uma boa opção para acabar com o problema e ainda se divertir com as ‘resenhas’ do vendedor famoso!

Thayanne Magalhães

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Menores infratores: ‘o problema do mundo é falta de afeto’

O conceito de menor idade no Brasil entende que criança é todo ser humano menor de dezoito anos. Mas, a cada nova crueldade praticada por crianças e adolescentes, reacende a discussão sobre a redução da maioridade penal. Juristas, políticos e toda a sociedade anseiam o desejo de reduzi-la para dezesseis anos, o que não resolveria definitivamente o problema, tendo em vista que a população culpa o Estado, que por sua vez culpa a desestrutura familiar. Mas a impunidade tem tornado os menores infratores cada vez mais ousados, como nos casos registrados nos últimos dias em Alagoas.

Na semana passada, o menor I.S.S, de 17 anos, foi preso por estar envolvimento no tráfico de drogas do Estado. Esta semana ele foi reconhecido como o assassino de José Alexystaine Laurinho, de 16 anos, filho do jornalista Odilon Rios. E, no bairro do Santo Eduardo, em Maceió, o caso de uma criança de 12 anos tem chamado a atenção da sociedade. Na tarde desta terça-feira (8), o menor que já havia assaltado um mercadinho da região há alguns dias, atirou contra um jovem de 22 anos que resistiu a tentativa de roubo praticada pelo menino.

O que diz a Psicologia?
A psicóloga Denise Moreyra, especializada no tratamento de crianças, acredita que um menor que já está acostumado a roubar, usar drogas ou matar, aprendeu esta conduta no meio em que vive, tornando esse tipo de atitude algo normal na concepção dele. “A realidade dessa criança é em cima do que ela aprendeu. Ela não tem como entender que aquilo é errado, porque no meio que ela vive é algo constante, ‘normal’. O comportamento do pai, da mãe, dos amigos, o ambiente onde vive, as ruas, o fato de passar necessidade faz com que esse menor veja como único caminho roubar e matar. Essa criança não comete os delitos com sentimento de culpa, não é difícil para ela, porque este é o caminho para a sobrevivência. Nos valores dela, isso não é errado”, explicou a psicóloga.

Denise afirma que para a psicologia nada é impossível e um menor infrator pode sim mudar de conduta, contato que ele seja retirado do ambiente onde vive. “Uma criança que nasceu em um ambiente bom, e passa a conviver com infratores e comete crimes, é muito diferente de quem não teve estrutura familiar. É difícil recuperar esse menor que viveu num ambiente ruim, mas não é impossível. O primeiro passo é tirá-lo desse meio, porque não adianta dar aconselhamento psicológico e deixar que ela permaneça no mesmo lugar onde vive. Quem tem casa, pai, mãe é mais fácil se recuperar no próprio lar, mas o menor que volta para as ruas é muito mais complicado”, afirma.

“Uma criança órfão, que vive sozinha no mundo, tem um comportamento animal, só faz o que seu instinto manda, não pensa, não tem ego para refletir a parte psicológica, sobre o conceito de certo errado. O valor não existe para ela, e fica muito difícil trabalhar com uma pessoa nessas condições”, disse Denise.

A psicóloga colocou em questão algo que, para ela é fundamental para mudar a realidade desses menores. “O problema do mundo é falta de afeto. É preciso ter acesso à escola, família. Uma criança que mora em abrigo, por exemplo, e comete delitos na rua, não vai mudar só com cobranças. Pressão não adianta. Ela precisa de elogios, de estímulo. E, quanto à lei da maioridade, eu estou certa de que mesmo que diminua para dezesseis anos, não funcionaria. A criança é 25% seu pai, 25% a mãe e 50% a sociedade. O acesso às informações e a falta de tempo dos pais para dar atenção aos filhos, faz com que esses menores se formem a partir do que eles vêem no mundo. Volto a repetir, o ambiente onde a criança vive, é tudo”.

Visão da Justiça
Para a promotora da Infância e da Juventude da Capital, Alexandra Beurlen, baixar a maioridade penal não resolveria o problema dos crimes cometidos por crianças e adolescentes. “Se nós tivéssemos um sistema prisional que recupera, talvez mudasse a realidade. Mas nós sabemos que os presídios de Alagoas não recuperam, ao contrário, muitos saem pior do que entraram. As unidades de recuperação para menores não são perfeitas, mas são muito melhores que os presídios porque contam com escolas, cursos profissionalizantes, equipes multidisciplinares e, além disso, nós não permitimos a superlotação, como é visto no caos carcerário do Estado”, disse a promotora.

Alexandra acredita que a recuperação do menor depende muito mais da família do que do próprio sistema. Mesmo assim, segundo a promotora, a maioria dos menores que passam pelas unidades de recuperação não reincidem. “Nós sabemos que as estatísticas são maqueadas, tanto para menores infratores quando para os criminosos. Mas, a parte dos menores apreendidos pela polícia, cerca de cinco por dia, mostra que a maioria não reincide. Infelizmente, a realidade é que muitos deles morrem por conta do tráfico de drogas, nosso grande problema. Mesmo que o adolescente queira sair, o traficante não permite”.

Valores impostos pela sociedade
Uma colocação interessante da promotora nos permite refletir sobre os valores impostos pela sociedade atual, que valoriza muito mais o consumo do que o próprio caráter do ser humano. “A questão do crime não tem a ver com a idade e nem é exclusivamente social. Quando eu vim trabalhar em Maceió no ano de 2004, a maioria dos assaltos cometidos por adolescentes eram motivados pela fome. Hoje não tem a ver com necessidade. O menor quer ter roupa de marca, quer ir para a balada, impressionar a namorada. As pessoas são avaliadas pelo carro, pela roupa, sapato, celular. Os adolescentes estão numa fase de transição, de formação de personalidade e, hoje o fato de ter o mínimo de acesso à saúde, educação e alimentação não é o suficiente, porque nós adultos criamos essa cultura do ‘ter’. A própria mídia mostra na novela os vilões se dando bem, sempre em busca de jóias, dinheiro riqueza e nem sempre eles são castigados no final. É isso que estamos impondo nas mente das pessoas”.

Por conta dessa questão financeira, muitos pais só deixam para matricular seus filhos na escola na média dos seis anos de idade o que, segundo a promotora, faz esse menor se sentir excluído. “Nós adultos temos a consciência de que não vamos ter tudo o que queremos ter, sabemos tolerar a frustração. Mas uma criança e adolescente não sabe lidar com isso. Uma criança que entra na escola aos 6 anos, que viveu esse tempo todo na rua, sem regras, se virando sozinha porque os pais estavam trabalhando para colocar comida na mesa, , não vai saber se comportar como uma outra criança que está na escola desde os 2 anos. O professor precisa ser tolerante, mas o que acontece na maioria das vezes é a cobrança, e a criança se sente excluída por não se encaixar no perfil dos colegas. Com isso, ele volta para a sua realidade, onde os traficantes ganham dinheiro fácil. Eles entram nesse mundo e não podem mais sair, não com vida”, opinou Alexandra.

“A sociedade precisa mudar. Nós temos que mudar para que o menor também possa mudar. Se nem o planeta está aguentando esse consumismo, imagine as crianças”.

Thayanne Magalhães

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

União homossexual: direito ou abominação?

Muita gente ainda não sabe, mas os homossexuais de Alagoas já podem registrar sua união em cartório, desde que comprovem a convivência. A medida foi legalizada ano passado pela presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ), desembargadora Elizabeth Carvalho.

Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), por conta da desinformação, esta medida ainda encontra muita resistência.

O presidente do GGAL, Nildo Correia, explicou que o principal interesses dos homossexuais é garantir o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais. “Muitas vezes as pessoas acabam perdendo tudo o que foi construído com o companheiro ou companheira porque a família vem e toma”, explicou.

Mesmo com o preconceito ainda muito forte, Nildo afirma que já existem muitos avanços que favorecem a união homoafetiva. “No ano passado a desembargadora apresentou a proposta e conseguiu aprovar no TJ. Trata-se de uma resolução aonde os cartórios são obrigados a fazer o contrato de união estável. Ainda não é uma cerimônia de união e nem usamos o termo casamento, é um contrato”, afirmou Nildo.

“A resolução é um avanço para nós. A lei ainda não foi aprovada e ainda passamos por muitas dificuldades mas, através dessa medida aprovada em Alagoas, a Previdência Social já reconhece a nossa união, alguns planos de saúde já aceitam o companheiro ou companheira como dependente. Através da nossa luta estamos avançando na busca dos nossos direitos”, concluiu.

Opinião das pessoas
O coordenador administrativo, Gleydston Guedes, de 22 anos, disse que não conhecia a medida e acha que os homossexuais têm seus direitos. “Acho certo que eles tenham direito a compartilhar seus bens, mesmo não podendo oficializar a união. Seria injusto a sociedade não reconhecer”, opinou o jovem.

Mesmo sendo a favor do reconhecimento da união estável entre homossexuais, Gleydston não descarta a possibilidade dessas relações ainda chocarem a sociedade. “Mesmo que você diga que não tem preconceito, de alguma forma você se choca quando vê dois homens ou duas mulheres se beijando. Da mesma forma eu me choco quando vejo alguém com uma tatuagem no rosto, mas nada que me ofenda, só foge do que concebo como normal”, afirmou.

“É um tema complicado de se discutir”, concluiu.

A gestora de RH, Kelly Born, de 27 anos, disse que é a favor da medida, já que o artigo 226, que define regras para o casamento, em nenhum momento trata de uma exclusividade para sexos opostos. “Todos nós temos os mesmo direitos e deveres, e o tema ‘casamento gay’ não se trata de ser contra ou a favor, se trata de direitos humanos. Os homossexuais têm relacionamentos idênticos aos dos heterossexuais e continuarão tendo, queira a sociedade aceitar ou não”, disse Kelly.

“Eu acho que só haverá justiça quando todos nós formos aceitos e apoiados independentemente de raça, classe social, cultura e sexualidade”, concluiu a gestora de RH.

A Igreja
O pastor da Igreja Presbiteriana, Pedro Cabral, fez uma colocação sobre o assunto usando a Bíblia como fonte. “Numa cosmovisão cristã, a homossexualidade é abominação contra Deus e, portanto, a união homossexual é biblicamente condenada”, afirmou.

O ministro extraordinário da Comunhão Eucarística da Igreja Católica, José Monte Neto, disse que esse tipo de união vai de encontro ao que está escrito na Bíblia. “Desde que a Justiça não queira obrigar a igreja a celebrar o casamento deles, eles podem oficializar a união no cartório civil. Mas, diante da Igreja isso não tem validade nenhuma”, disse o religioso.

Segundo Neto, o livro da Sabedoria, capítulo 14, versículo 25 e 26, trata do assunto. “Essa passagem diz o seguinte: tudo está numa confusão completa, sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão do sexo [enfatizou], instabilidade das uniões, adultério e impudicícias”, afirmou Neto, com a Bíblia em mãos.

“O que está acontecendo nos dias autuais é um fenômeno em que as pessoas querem que a palavra de Deus se adeque às suas vidas e não obedecer o que nos manda a palavra de Deus. Querem inverter as coisas. Enquanto o mundo era regido, guiado pela Bíblia, ainda existia respeito pelos pais e pelo próximo. Se a gente olhar no século passado, vai ver que há 50 anos atrás a homossexualidade era um absurdo, e ainda é. As pessoas estão vivendo como se não existisse Deus, estão desacreditadas”, opinou.

Para Neto, as pessoas estão pecando – pecados graves segundo ele – e sabem que estão desmerecendo a Bíblia. “A palavra é a mesma ontem, hoje e sempre. Não mudou e nunca mudará”, enfatizou o religioso.

“Quero concluir esta entrevista citando uma passagem de Levítico, capítulo 18, versículo 22. Ela diz que ‘não se deitarás com o homem como se fosse mulher: isso é uma abominação”.

Thayanne Magalhães

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Comissão da Verdade quer punir crimes da Ditadura Militar

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral de Alagoas (MCCE) sugeriu que seja criada a Comissão Nacional da Verdade e irão mobilizar os parlamentares do Estado para que a Casa seja favorável ao projeto. O objetivo da Comissão é investigar as violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, época da Ditadura Militar no Brasil, e punir os responsáveis pelas torturas e assassinados ocorridos na época da repressão.

Em entrevista ao Primeira Edição, o coordenador estadual do MCCE, disse que irá pedir aos congressistas alagoanos que votem favorável no congresso para que se apure e se identifique os torturadores e assassinos da época do Regime Militar. “Vamos entrar em contato com os parlamentares e mostrar a importância dessa comissão. Também somos a favor de uma grande campanha midiática para que a comissão seja aprovada”, afirmou Argolo.

Na opinião de Adriano, a redemocratização no País está incompleta. “Existe uma ferida aberta. Queremos a aprovação dessa comissão assim como conseguimos a aprovação da Lei da Ficha Limpa em 2010. Graças a nossa atuação a lei foi aprovada a nível nacional. A Comissão da Verdade já está sendo bem aceita pelos coordenadores dos movimentos Contra a Corrupção Eleitoral nacionais e vamos nos mobilizar por mais essa aprovação”, disse.

Anistia
“A Lei da Anistia foi criada por torturadores e assassinos para se auto absorverem. Nesse intuito, essa lei não tem legitimidade nenhuma. Ela foi posta ‘goela abaixo’ dos brasileiros na época do Regime Militar. Temos que definitivamente desaparelhar os requintes da ditadura”, disse Adriano.

O coordenador do MCCE estadual afirmou ainda que existem órgãos que ainda têm em seu comando pessoas que praticaram crimes da época da Ditadura Militar. “Temos delegados envolvidos em assassinatos e em torturas, muitos nomeados na época da Ditadura, sem nenhum concurso público”, conta.

“No poder judiciário ainda existem muitos requintes da Ditadura. Uma arrogância muito grande. Existem juizes federais, alguns nomeados desembargadores, em plena função desde a época da Ditadura”, afirmou Argolo.

“Fazer justiça”
Para o MCCE, o Brasil só será um país respeitado internacionalmente quando desaparelhar as instituições com pessoas oriundas do Regime Militar. “O Brasil já foi condenado pela Comissão Interamericana dos Direitos Humanos por conta da Lei da Anistia, que não tem nenhuma eficácia jurídica. Nenhum país que queira se inserir no cenário internacional com respeito pode ter uma lei que absorva torturadores e assassinos”, enfatizou Adriano Argolo.

“Nosso país deveria seguir o exemplo do Chile, da Argentina e agora do Uruguai. Nesses, coronéis, capitães, generais, bispos, padres envolvidos em torturas e assassinatos da époda do Regime Militar estão presos, e é prisão perpétua”, conta.

“Deputados, jornalistas, estudantes foram mortos por conta de suas posições ideológicas. Os torturadores e assassinos nunca foram identificados, nem presos. Qual o intuito disso? Qual país do mundo pode ser um país descente passando um manto sobre esses fatos? Grandes nações da humanidade tiveram períodos de autoritarismo, mas todos eles fizeram a sua Comissão da Verdade e colocaram assassinos e torturadores na cadeia”, afirmou Adriano.
“A palavra certa é ‘fazer justiça’. Ela tem que ser alcançada, mesmo que se demore séculos”.

“Clãs políticos”
Adriano contou ainda que existem ‘clãs políticos’ no cenário nacional e que a sociedade irá conhecer as relações espúrias e íntimas dessas famílias com o Regime Militar. “Certos clãs da política nacional, como os Sarney e Maluf, que exercem poder e influencia no país, tem envolvimento com a Ditadura”, afirma.

“Vamos fazer um apelo e divulgar quem votou a favor e quem votou contra a Comissão da Verdade. Em seguida faremos comentários que irão mostrar as ligações prováveis de quem votou favorável com o Regime, o porquê do voto”, concluiu.
Resgate da história

Olga Miranda, formada em direito e jornalismo, é filha de Jayme Miranda, jornalista desaparecido desde a época do Regime Militar. Em entrevista ao Primeira Edição, ela diz acreditar que a Comissão ira resgatar a história e fazer justiça. “As pessoas que se sentem injustiçadas querem um retorno do Estado em relação ao que aconteceu naquele período. Isso significa a certeza da existência da justiça e trará a segurança de que esse tipo de crime não voltará a acontecer”, disse Olga.

“É um resgate da história. A gente quer saber o que foi que aconteceu, quem são essas pessoas que cometeram os crimes. Muitos desses criminosos ocupam cargos públicos, são juizes que julgam e definem vidas de forma tendenciosa”, opina.

“É preciso resgatar a história, ter certeza de que está sendo feita a justiça e, principalmente, é preciso fazer uma limpeza no sistema”, concluiu a filha de Jayme Miranda.

Comissão da Verdade
De acordo com o texto original do projetos os autores dos crimes da época do Regime não são especificados e, desse modo, podem ser investigados atos cometidos tanto por agentes do Estado, quanto os que têm como suspeitos os guerrilheiros de esquerda.
A função da comissão é promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior.

Mudança no texto original
Depois da pressão feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao Governo Federal, o texto original sofrerá alterações nos parágrafos referentes à legalização do aborto e proibição de símbolos religiosos em locais públicos.

Thayanne Magalhães