segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A vida num filme


Ontem assisti um filme chamado “Quando Um Homem Ama Uma Mulher”. Em resumo, trata-se de um casal apaixonado, com duas filhas pequenas – uma do primeiro casamento da mulher, mas criada como filha do atual marido, apaixonado pela família.

Ele é piloto de avião e viaja muito. Ela se sente sozinha e acaba bebendo para se distrair.

No início da relação dos dois, eles se divertiam muito saindo para beber, em festas, bares. Com as responsabilidades aumentando, com a distância cotidiana das viagens, ela foi se afogando no alcoolismo. Ele queria ajudar, mas ela estava tão envergonhada que não sabia como agir. O atacava.

Ele não sabia o que fazer. A tratava como se fosse de vidro, queria fazer tudo por ela. Mas ela só se irritava e o atacava. Ela passou um tempo numa clínica de recuperação e se tornou amiga de pessoas que passava o mesmo que ela. E era com eles que ela conversava e desabafava. O seu marido sofria com a indiferença. Ele queria ser o amigo dela. Ele queria ser o apoio dela. Mas ela se sentia muito culpada para deixar que ele se aproximasse. E o atacava.

Então um dia, depois que ela disse que não aguentava mais a “vida doméstica”, ele saiu de casa. Ela então voltou a sorrir e tentou se perdoar. Ela o queria de volta, ela o queria do lado dela, ela queria implorar para que ele a perdoasse. Mas ela não conseguia. Sentia muita raiva e dizia que ele, a tratando como tratava, sempre tentando ajudar e fazer tudo por ela, a fazia se sentir inútil, fraca... “Mas ninguém faz você se sentir assim. É você quem sente. Enquanto eu não me perdoar, eu não vou conseguir dar a minha família o amor que ela merece”, ela disse.

Após quatro meses, eles se reencontraram. E, não existe uma fórmula para que o casamento dê certo. Eles precisam se aceitar.

O marido finalmente entendeu que estava sentindo pena de si próprio. Ele sabia que não merecia ser tratado daquela forma, que fez de tudo para estar do lado dela, e ela só o maltratava. Ele precisou ficar longe para entender, que ele não era a vítima, mas sim a mulher. Era vítima do álcool. Todo aquele sofrimento trouxe amadurecimento. Ela tinha medo de não ser mais a “garota divertida” das noites nos bares, mas ele só queria estar do lado dela e das filhas. E todos os dias seria um dia de aprendizado e aceitação.

A vida muda as pessoas. É preciso adaptar-se e entender que não existem culpados. As pessoas sofrem e elas precisam encontrar a cura. Nem sempre podemos ajudar como gostaríamos. Então não devemos insistir em ajudá-las se estão cegas pelos problemas (vícios). Apenas viver um dia de cada vez. 

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