quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Artigo: O Dia Internacional da Tolerância e a terra da intolerância

No ano de 1995, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 16 de novembro como sendo o Dia Internacional da Tolerância. O assunto é um das mais comentados em redes sociais e, diante da violência que se instala no estado de Alagoas, seria um bom assunto para ser discutido pelas pessoas que almejam viver em um ambiente de paz e tranquilidade.

Diariamente são registrados homicídios cometidos por motivos banais, brigas, bebedeiras. A morte violenta tem se tornado cada vez mais comum. Cadáveres viram atrações para crianças assistirem e se divertirem com as cenas lamentáveis, provocadas pela intolerância de um povo visto pelo resto do país como “brabos”, intolerantes.

O intuito da ONU, ao estabelecer a data, foi de reafirmam a “fé nos Direitos Humanos fundamentais” e na dignidade e valor da pessoas humana. Também poupar as novas gerações das guerras por questões culturais, incentivando a prática da tolerância, convivência pacífica.

E se volta ao assunto Alagoas. As diferenças culturais, opção sexual. Além de ser o estado com maior índice de homicídios, o nosso estado também é o que tem o maior registro de crimes homofóbicos. A intolerância contra as diferenças também faz com que a violência tome proporções cada vez maiores e os casos de assassinato sejam registrados diariamente.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, direito à liberdade de opinião e expressão. Orienta também que a educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre nações, grupos raciais e religiosos.

Mais um ponto a ser discutido: a educação. Em Alagoas, mais especificamente em Maceió, nos últimos meses foram registrados casos de violência nas escolas. Estudantes que flagrados armados, se divertem filmando e postando na internet cenas lamentáveis de brigas com agressões físicas e verbais. O local onde se deveria aprender a ser tolerante, vira palco de constantes registros de violência gratuita.

Por onde começar a combater a intolerância? Levando em consideração que a grande maioria dos envolvidos nos casos de violência são pessoas de classe desfavorecidas, este fator poderia explicar a aparente "despreocupação" das autoridades em correr contra o tempo e começar imediatamente a combater o aumento da violência?

O tema é questionável, diariamente discutido nos veículos de comunicação, redes sociais, nas conversas dos que sofrem com o problema. Seria esta a resposta então? Apenas quem está a mercê da violência motivada pela intolerância é quem se preocupa em encontrar solução? Hoje é o dia para se pensar a respeito.

Thayanne Magalhães

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Rio São Francisco reserva o 5º maior canyon do planeta; conheça.

Descoberto no ano de 1501, o Rio São Francisco reserva muito mais do que se imagina. Além das deslumbrantes paisagens, o Velho Chico também é guardião de muita História. Hoje, esta blogueira leva o leitor para uma viagem a uma das maiores belezas naturais do planeta, os canyons do São Francisco, o 5º maior do mundo e o maior navegável, formado por rochas areníticas que até parecem terem sido talhadas à mão.

Desde a sua margem, até durante todo o seu percurso, com 240 km de extensão, o São Francisco espalha sua beleza. Nascendo em Minas Gerais, o Velho Chico deságua em Alagoas e, é aqui no nosso Estado, na divisa com Sergipe, que se pode conhecer um dos seus pedaços mais deslumbrantes.

Por conta da força de suas águas, no início do século 20 foi construída a Hidrelétrica de Angiguinhos e, na década de 80, a de Xingó. Com o represamento das águas se formou um imenso e profundo lago, onde são realizados passeios de barcos entre o majestoso canyon, paredões esculpidos pela natureza, que chegam a 80 metros de altura.

Saindo da cidade de Piranhas, no Sertão de Alagoas, esta que vos escreve passou por Xingó e chegou até o lago de onde saem os catamarãs que levam os visitantes para conhecer uma das maiores maravilhas do Nordeste. O passeio dura cerca de 3 horas e os visitantes se deslumbram com a imensidão do rio e suas belezas naturais.

No caminho é possível avistar a imagem do santo que dá nome ao rio, o São Francisco, que está em uma gruta no alto de um dos paredões dos canyons.

Ao chegar da Gruta do Talhado, local que recebeu esse nome por parecer ter sido esculpida à mão, os visitantes podem mergulhar no rio e aproveitar para andar de canoa até embaixo da grota, onde não é permitido nadar por conta da profundidade.

Uma atração a parte é a placa que diz “Porto de Brogodó”, já que no local foram gravadas cenas da novela “Cordel Encantado” da Rede Globo e, na Grota do Talhado o rei de Seráfia, Augusto, desembarcou quando chegou ao Brasil.

E assim o Blog da Thay sugere a visita a mais uma de nossas belezas naturais, que estão perto de nós, alagoanos, e podem ser visitadas com um baixo custo. Conhecer Alagoas vale a pena. Um estado rico em História e natureza deslumbrante, do Litoral ao Sertão.

Texto e fotos: Thayanne Magalhães

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Conheça o local onde o cangaceiro Lampião deu seus últimos passos

Para quem gosta de contemplar a natureza e ao mesmo tempo conhecer a História, em Alagoas um local perfeito para esse conjunto é a cidade de Piranhas, às margens do Rio São Francisco. O Primeira Edição esteve por lá neste fim de semana, conheceu a “Rota do Cangaço” e seguiu pela trilha até a Grota de Angicos, no município de Canidé do São Francisco, em Sergipe, onde Lampião foi morto pela força policial da época.

Saindo de Piranhas, os visitantes podem pegar um barco que leva até o início da trilha da grota. No local existe um restaurante com comida típica e uma réplica das casas de taipa com diversas reproduções de fotos do bando de Lampião, inclusive a famosa foto das cabeças degoladas dos 11 cangaceiros mortos durante a emboscada que tirou a vida de Lampião e a de sua mulher, Maria Bonita.

Durante o percurso, o guia explica como tudo aconteceu. “No dia 27 de julho de 1938 o cangaceiro Pedro Cândido foi fazer compras em uma feira de Piranhas. Ele foi comprar mantimentos para os 33 cangaceiros do bando de Lampião que estavam na Grota de Angicos. Por conta da quantidade de comida, as pessoas desconfiaram e a polícia acabou descobrindo que o bando estava por perto”, explicou o guia.

O denunciante teria sido o vaqueiro Joça Bernardes, homem que conhecia as “más companhias” de Cândido. Então, ele avisou à polícia, que armou um plano para emboscar Lampião e seu bando. Durante a noite, a Volante se organizou na Caatinga que cercava a trilha até a grota e, às cinco da manhã Lampião, Maria Bonita e mais 9 cangaceiros que estavam em Angicos foram mortos e tiveram as cabeças degoladas e expostas na escadaria da Prefeitura de Piranhas.

Conta a história que o cangaceiro Corisco conseguiu escapar. Ele ficou conhecido como o “Diabo Loiro”, que cometeu vários assassinatos querendo vingar a morte de seu líder, Lampião.

No centenário do nascimento de Lampião foi colocada uma placa e cruzes em uma pedra localizada no centro da Grota de Angicos.

Museu do Sertão
No Centro Histórico de Piranhas, além das construções originais da época de sua fundação, os visitantes podem ainda se aprofundar na História do lugar. No Museu do Sertão, instalado em uma estação ferroviária desativada, podem ser vistas 204 peças que vão desde utensílios de cozinha e de pesca até réplicas de embarcações utilizadas pelos sertanejos durante séculos.

Em destaque uma sessão dedicada ao cangaço com exposição de fotografias, vestimentas e, inclusive, cartas escritas por Lampião e sua cigarreira.

Piranhas, um lugar onde natureza e História se encontram num misto de tranquilidade e o despertar da curiosidade de quem aprecia o conhecimento. Vale a pena conhecer.

Texto e fotos: Thayanne Magalhães