quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PM Box abandonados viram pontos de tráfico de drogas em Maceió

A equipe de reportagem do Primeira Edição esteve em algumas localidades de Maceió para ouvir as denúncias da comunidade quanto a falta de segurança. O principal foco foi o fechamento e abandono de alguns PM Box que se transformaram em pontos de venda e consumo de drogas.


No bairro da Pajuçara, um PM Box que fica localizado na esquina da Escola Estadual Monsenhor Benício de Barros Dantas, está fechado há cerca de 5 anos. “Depois que o PM Box foi fechado, o número de assaltos na escola aumentou muito. No ano passado fomos assaltados mais de dez vezes. Os bandidos levaram televisores, bombas de água, botijões de gás, cadeiras, aparelhos de som e vídeo e só se inibiram porque contratamos segurança armada terceirizada”, conta a coordenadora pedagógica, Flávia Barbosa.

Flávia contou ainda que há cerca de dez anos uma policial morreu no local. “Cogita-se que tenha sido suicídio, mas os familiares não descartam a possibilidade de assassinato e até hoje o caso corre na Justiça. A PM era filha de uma de nossas funcionárias, e esta teve que ser afastada porque ficou com problemas neorológicos”.

Para a coordenadora, a falta de um PM Box no local prejudicou e muito a escola e principalmente os alunos. “O local se transformou em um lixão, além de servir para venda e uso de drogas. Nós tivemos que levantar um muro com nossos próprios recursos para isolar, mas, mesmo assim a violência continua e os bandidos não se inibem, porque o policiamento aqui não é constante, como deveria ser com o PM Box funcionando”, afirma.

Flávia disse também que, por conta dos assaltos e freqüentes casos de usuários de drogas entrando no local para usar crack, a escola teve uma grande evasão de alunos, chegando a 50% o número de estudantes que foram estudar em outro lugar. “Sobram vagas”, diz a coordenadora.


O professor da escola, Daniel Mello, conta que seu carro já foi arrombado duas vezes. “Os bandidos ficam na esquina da escola, exatamente onde funcionava o PM Box, e assaltam os alunos. Já levaram celular, dinheiro, bolsas do pessoal que sai da escola. Inclusive alguns moradores dessa região estão colocando suas casas a venda, e eu acredito que seja por conta da insegurança. A quantidade de viaturas que passa por aqui é insuficiente e depois que eles passam, os marginais voltam. Tem que ser segurança fixa”, afirma.


Outro PM Box que também não está mais funcionando, está localizado no bairro do Poço. O local se transformou na casa do flanelinha Analito da Silva, de 22 anos, natural de Murici. “Tem quatro meses que eu moro por aqui. O que o pessoal mais reclama é dos usuários de drogas, que tem muito por essa região. As viaturas da polícia passam, mas não adianta. As pessoas que usam droga se escondem de depois voltam de novo”, disse o morador de rua.

A dona de casa Valda Máximo, de 49 anos, reclama da falta de segurança na região. “O PM Box faz muita falta. Já tem uns quatro anos que fecharam esse aí e os drogados tomaram conta de tudo. As viaturas passam, revistam os marginais, mas eles escondem as drogas e quando a polícia vai embora, eles continuam vendendo e usando. Por isso que eu não acredito que a segurança funcione com as viaturas, é preciso que tenham pontos fixos com policiais trabalhando”, afirma Valda.


“Nós temos medo de denunciar os bandidos, porque o que mais se vê todos os dias, é a quantidade de gente que morre assassinada por causa desse crack, que está acabando com Maceió. Vejo meninas que conheci ainda bebês, e hoje estão jogadas pelas ruas do Poço, perdidas no mundo das drogas. É muito triste essa realidade”, conta a dona de casa.

O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Gilmar Batinga, disse em entrevista ao Primeira Edição que pretende solucionar o problema aumentando o número de viaturas nas ruas da cidade. “Um PM Box só garante a segurança de cinquenta metros ao seu redor e são poucos homens trabalhando, isso não garante a melhoria na segurança de uma região. Estamos colocando mais viaturas para fazer o patrulhamento na ruas da cidade, com mais homens trabalhando”, afirmou Batinga.

Segundo ele, a partir da próxima segunda-feira (22), o número de viaturas patrulhando as ruas da cidade vai aumentar 50%. “Nos locais onde existem oito viaturas, aumentaremos para doze, e assim por diante. Isso irá melhorar a segurança da população, com certeza. Além disso, estudamos os horários com o maior índice de violência, que é entre treze horas e uma da manhã, e nesses horários o patrulhamento será ainda mais intenso”, disse o comandante.

No final das contas, aumentar o número de viaturas pode sim melhorar a segurança em Maceió, que, como se é constatado diariamente, só está aumentando a cada dia. Mas, é preciso que haja muitas outras ações por parte do poder público, principalmente no combate ao tráfico de drogas, que é hoje o principal fator para o alto índice de crimes registrado não só ca capital, mas em toda Alagoas.

Thayanne Magalhães

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jovens: como conciliar trabalho, estudos e vida pessoal?

O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e os jovens têm buscado se aperfeiçoar e qualificar seus currículos, tentando conciliar os estudos, com trabalho, família e amigos. O Primeira Edição conversou com algumas dessas pessoas, que trabalham e estudam na ânsia de conquistar um futuro próspero e uma vida estável.

Fernanda Lima, de 23 anos, mora no município de Capela, distante 65 km de Maceió, e precisa acordar antes das 5 da manhã, para pegar o transporte gratuito que leva os estudantes para a capital. “Chego em Maceió às sete da manhã e vou para a empresa de consultoria onde trabalho como secretaria. Do trabalho, vou para a faculdade e quando largo às dez da noite, espero o ônibus de Capela passar às onze e chego em casa por volta de meia-noite. Essa é minha rotina”, conta Fernanda.

A jovem é estudante do 3º período do curso de Recursos Humanos e, mesmo com a rotina cansativa, ela não pretende parar por aí. “Quando terminar a faculdade quero trabalhar na minha área, mas, em seguida vou entrar no curso de pscicolgia, que não fiz antes por falta de condições financeiras. De qualquer forma, escolhi RH porque também está ligado a pessoas e tenho facilidade para me relacionar”.

Fernanda diz que é muito difícil conciliar seu trabalho estudos e vida pessoal, mas ela procura estar sempre em contato com seus amigos, principalmente nos fins de semana.

O estudante do 8º período de ciências contábeis, Gleydston Rodrigues Guedes, de 22 anos, veio de Canhotinho, em Pernambuco, para Maceió em 2007, onde o jovem se esforça para se estabilizar. “Lá na minha cidade não tinha o curso que eu queria fazer, então eu vim estudar em Maceió. Durante o dia eu trabalho como analista de curstos e durante a noite vou para a faculdade”, conta o jovem.

“Na verdade não foi uma questão de escolha ter que conciliar trabalho e estudos, eu preciso disso para alcançar meus objetivos. No começo eu consegui que minha família me ajudasse e as minhas despesas eram pagas pela minha mãe, mas, não dava para me sustentar até o fim do mês, então procurei um emprego”, explica.

Gleydston acredita que sacrificar seu tempo investindo no futuro lhe trará recompensas. “Minha rotina é muito cansativa e durante a semana não tenho tempo para nada, mas no fim de semana procuro sair com meus amigos e visitar minha família”.

“Eu pretendo continuar me aperfeiçoando, não vou parar de estudar, quero fazer pós, curso de línguas e ganhar cada vez mais espaço no mercado de trabalho, evoluir sempre”, afirma o estudante.

Íris Rafaela de Lima, 27 anos, se formou há pouco tempo e lembra do esforço que era ter que conciliar os estudos com o trabalho. “Passava o maior sufoco quando estava na faculdade. Trabalhava oito horas e depois encarava entre quatro e cinco horas de estudos, sem falar que muitas vezes abdicava dos meus finais de semana para fazer trabalhas acadêmicos. Hoje minha rotina mudou muito, antes estava correndo atrás do diploma, hoje a corro atrás das vagas ofertadas pelos concursos públicos, que no meu ponto de vista é a melhor opção para ter uma vida financeira estabilizada”, conta a administradora de empresas.

A jovem fala que abriu mão das festas no período em que tinha que conciliar o trabalho com a faculdade, mas que sua família e seus amigos entendiam sua ausência e davam força. “Descontração é fundamental, mas vale a pena abrir mão disso tudo quando se almeja um futuro melhor. A recompensa vem depois e seus verdadeiros amigos entendem e te dão força”, disse Íris.

Ana Sibelle Sandes dos Santos, de 30 anos, tem uma tarefa ainda mais árdua para cumprir no seu dia-a-dia. A estudante de ciências contábeis precisa conciliar suas tarefas de mãe com o trabalho e a faculdade. “Eu tento conciliar tudo da melhor maneira possível, por exemplo, eu administro minha casa e monitoro meus três filhos pelo telefone. Bate um sentimento de culpa as vezes mas não tenho outra opção por enquanto”, conta Sibelle.

“Só sobra tempo nos fins de semana, tanto para estudar melhor quanto para dar atenção para as crianças, e tento fazer tudo da melhor maneira possível”.

Para a jovem, que trabalha no setor financeiro de uma escola de Maceió, o importante é ir vivendo um dia de cada vez. “Não tenho muito tempo para pensar no futuro, mas quero ter uma vida tranqüila, poder proporcionar sempre mais conforto para mim e para meus filhos”, concluiu.

Os exemplos acima podem servir de incentivo para os jovens que ainda não encontraram um caminho a seguir. É preciso enfrentar o mundo e perceber que a prosperidade não vem até as pessoas, é preciso buscá-la, abrir mão de certos costumes, do comodismo, e estar sempre em busca do aperfeiçoamento profissional, visando uma vida tranquila lá na frente.

Thayanne Magalhães

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Bairro de Maceió sem rede de esgoto sofre com o mau cheiro

Alguns bairros da parte alta de Maceió ainda não possuem rede de esgotos e muitas vezes a água suja é lançada nas ruas, trazendo transtornos como o mau cheiro, doenças, ratos e insetos. O Primeira Edição esteve no Ouro Preto, na periferia, e o que se vê são ruas tomadas pela água suja lançadas pelas casas, em alguns lugares existem até quedas d’água, molhando quem passa distraído.

A estudante Joyce da Silva, moradora do bairro, acredita que a única solução para o bairro é a instalação de uma rede de esgotos. “O mau cheiro incomoda muito. Essas casas que ficam no alto jogam água em quem passa embaixo, é horrível. Já vi muita gente se molhar com essa sujeira. Além disso, isso atrai muitos insetos e ratos que podem nos transmitir doenças”, disse a jovem.

Joyce pede para que as autoridades responsáveis prestem mais atenção no bairro e façam projetos que beneficiem a população.

Já a dona de casa Maria José, de 65 anos, que mora há 38 anos no Ouro Preto, disse que se comparar o bairro de hoje com o que era há alguns anos atrás, melhorou muito. “O Ouro Preto já esteve pior. Antigamente as ruas eram de barro, a lama tomava conta de tudo. Hoje o mau cheiro ainda incomoda muito. Os políticos vêm aqui no tempo de eleição, prometem que vão melhorar, mas fica só na promessa”, afirma Maria José.


Marcondes da Silva, de 24 anos, mora no bairro há apenas 10 meses e já pensa em se mudar. “É uma negação essa água suja no meio da rua. O bairro fica feio e atrai insetos e ratos. Provavelmente vou me mudar em breve daqui”, disse o jovem.

Procurada por nossa reportagem, a assessoria técnica da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), informou que a prefeitura é responsável apenas pela parte da drenagem de águas fluviais e pelos afundamentos de galerias. A Seinfra informou que a questão do esgoto a céu aberto é responsabilidade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).

Na Casal, o gerente de projetos, Luiz Emanoel, do órgão explicou que quando não existe rede de esgotos em uma localidade, são construídos os sistemas de tratamento primário, os tanques sépticos seguido de sumidouros, popularmente conhecidos como fossa. “A fossa é construída na frente ou nos fundos das residências, é uma obra de engenharia que funciona”, explica.

“Os proprietários das casas são os responsáveis pela construção das fossas, que devem passar por normas técnicas e manutenção freqüente. Essas pessoas quem jogam a água das pias, do jardim, direto na rua, são desinformadas, porque não são só as águas do vaso sanitário que transmitem doenças. Toda a água da casa deve descer pela fossa”, disse o gerente.

Luiz Emanoel disse que a Casal procurou construir redes de esgotos na parte baixa da cidade porque na época era a área de Maceió que estava crescendo. “Priorizamos os bairros da parte baixa porque as pessoas estavam indo morar lá. A Casal tem o planejamento de colocar redes de esgoto na parte alta, onde ainda não tem, mas não temos recursos, portanto também não temos previsão para projetos e obras”, disse.

O gerente informou que para evitar o lançamento de água suja das casas nas ruas, é preciso acionar a Vigilância Sanitária. “Se o seu vizinho tem um encanação que joga a água da pia de lavar pratos, do jardim, da lavanderia direto na rua, você pode acionar a Vigilância, que essa pessoa será multada e obrigada a usar somente a fossa”, afirmou.

A Vigilância Sanitária de Maceió fica no Centro da cidade e o telefone para contato é o 3315-5238.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

31 mortes: Moradores de rua culpam a polícia e o tráfico por assassinatos

A reportagem do Fantástico que foi ao ar neste domingo (07) definiu como ‘massacre’ as 31 mortes de moradores de rua em Maceió. O assunto tem repercutido em todo o país e o Primeira Edição procurou os principais personagens dessa trama para tentar entender o que está acontecendo na capital alagoana.

João Antônio da Silva, de 52 anos, mora há 30 anos nas ruas de Maceió e sobrevive catando latinhas com sua mulher. Ele é natural da cidade de Ribeirão, em Pernambuco e há dez anos perdeu um dos olhos em uma briga com um ‘amigo’.

José Antônio acredita que a principal motivação para os crimes é o consumo de drogas. “Eu conheço muita gente que morreu por causa do crack. Os ‘caras’ fumam e depois vão roubar. Antigamente não tinha essa tal de pedra, agora é o ‘terror do mundo’. Eu acredito que a maioria desses assassinatos são por causa disso, e não existe grupo de extermínio”, afirmou o morador de rua, que vive entre o Centro da cidade e a praia da Avenida.

O catador de latinhas disse que não teme por sua vida, pois não tem envolvimento com drogas. “Durmo tranquilo embaixo da marquise de uma loja, todos os dias, sempre no mesmo lugar”, disse.

Helrison Gonzaga da Silva, de 28 anos, divide um pequeno barraco na beira da praia da Avenida com outras 4 pessoas. Ele vive da pesca e também cata latinhas. O jovem cresceu na rua. “Não sei onde moram meus pais. Fui criado pelo meu tio de consideração, que me achou na rua e me ensinou tudo que eu sei”, conta.

Helrison disse que acredita que as mortes dos moradores de rua está relacionada a um grupo de extermínio. “Eu acredito que essas mortes tem a ver com o uso de drogas, ou por causa de rixas antigas entre os moradores de rua, mas com certeza existe um grupo de extermínio, e com certeza tem muito policial envolvido nesses crimes”, afirmou o pescador.

“Eles – os policiais – deveriam fazer a segurança das pessoas, mas são os primeiros a bater, matar, roubar e ter contato com os traficantes”, disparou.

Bruno Antônio Bezerra de Oliveira, 49 anos, o ‘tio’ de Helrison, saiu de sua casa em Arco Verde, Pernambuco, aos 12 anos. “Meus pais me mandaram embora e eu vim parar aqui, em Maceió,. Encontrei Helrison na rua e mandei ele me acompanhar”, conta.

Bruno Antônio concorda com a opinião de Helrison. “Com certeza tem policial envolvido nessas mortes. Eles matam por nada, só por malandragem mesmo. Infelizmente vivemos com medo, acuados, mas não temos outra opção de vida”, disse o catador de latinhas.

Outro morador de rua, Jhonny David de Morais, 23 anos, também opinou sobre os casos. “Eu vim de Arapiraca para Maceió e me viro pescando e catando latinha”, conta o jovem.

“Sobre os assassinatos, eu acredito nas duas versões. Acho que muitos morrem por estarem envolvido com o tráfico de drogas, mas acredito mesmo que os policiais matam muito mais do que os traficantes”, acusa.

O Governo do Estado
Em matéria publicada na Agência Alagoas, o governador de Alagoas, Teotonio Vilela, determina que as investigações dos assassinados sejam reforçadas pela direção-geral da Polícia Civil.

Vilela determinou que até o próximo dia 22 todos os inquéritos relacionados a estes crimes estejam concluídos e sejam encaminhados à Justiça com os nomes dos executores e a motivação dos homicídios.

O governador também determinou que os moradores de rua que estão em situação de risco tenham apoio assistencial e a proteção do Estado, em uma ação conjunta dos órgãos da área de Assistência Social.

Fantástico
O Ministério do Desenvolvimento Social mostrou que em Maceió existem 312 moradores de rua em Maceió, e de janeiro até agora, 10% deles foram assassinados.

Entidades pressionam as autoridades responsáveis pelas investigações para que os casos sejam esclarecidos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) divulgou a lista dos 31 mortos, temendo que as vítimas sem nome não tenham a mesma atenção do Estado e sejam enterrados como indigentes.

A Arquidiocese de Maceió também tem exigido respostas e o arcebispo Dom Antônio Muniz, disse em reportagem ao Fantástico, que considera a polícia de alagoas competente. “É dentro dessa perspectiva que eu exijo uma posição mais coerente, mais firme da polícia”, disse Muniz.

O promotor do Ministério Público Estadual, Alfredo Mendonça, do Grupo de Combate a Organizações Criminosas, que investiga os casos que podem envolver policiais, já denunciou 4 pessoa. “Dos 31 homicídios, 8 tem características de grupo de extermínio” afirma. Das 4 pessoas denunciadas, 3 são policiais, mas só um ex-policial está preso, Miguel Rocha Neto, o mesmo que matou uma pessoa em 2007, dentro de uma lan house.

Para o delegado geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco, o fato da maioria desses crimes ter sido cometido com armas de fogo, caracteriza a atividade de policiais civis nos crimes.

Para a polícia os outros assassinatos foram causados por rixas entre os moradores de rua ou dívidas com traficantes de drogas, inclusive 4 acusados estão na prisão. O crack tem um efeito devastador nas ruas de Maceió, diariamente são noticiados assassinatos motivados pelo consumo da droga.

O Primeira Edição vai continuar acompanhando o andamento dessas investigações.

Thayanne Magalhães

Esta é a primeira da série de reportagens que farei nas manhãs do Primeia Edição Online. Sugestões de pautas serão bem vindas! ;D Paz e Bem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nosso mundo - NOSSO.


Este é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante, a primeira vez, sempre a última chance... ♫ ♪ As músicas de Renato Russo... sempre tem uma que combina com o momento ou fase da vida. Hoje é segunda-feira, 1º de novembro, véspera de feriado – tinha uma segunda no meio do feriadão! hahahahaha! Aqui estou, na redação, escrevendo as notícias factuais do dia, e me deparo diariamente com banalidades, mortes precoces, juventude perdida. Viver é tão bom, é tão instigante, tanto a se fazer, que acho que chegar à velhice ainda é pouco! Tem que ter algo mais depois.

Em menos de duas horas de início de expediente, já dois casos de violência em Maceió. Uma, o neto tenta matar a avó porque ela negou dinheiro para ele comprar drogas. Pois é, o neto tentou matar a avó com uma peixeira porque queria nóia. Como chegamos a este ponto e nem percebemos? Como ver, ouvir, presenciar esse tipo de coisa e fingir que não é comigo? Esse é o nosso mundo! Somos nós. Onde isso vai parar? Existem culpados? O sistema? O capitalismo? O marginal que não teve acesso è educação? O político que só pensa em engordar sua conta no banco? É minha culpa, porque não faço nada para tentar mudar?

O segundo caso, mais um cara de seus vinte e poucos anos, assassinado por outro cara novinho. Os motivos são sempre os mesmos. Já posso até deixar o lide das minhas matérias pronto – mais um jovem é assassinado em Maceió por envolvimento com crime, ou por ser usuário de drogas - hahahahahaha! Não! Não tem graça. Onde isso termina, onde isso vai parar? Quando a vítima for meu irmão? Quando for seu filho? É preciso revoltar-se!

Agora deixa eu voltar ao trabalho! Foi só uma pausa para a reflexão. Todos os dias eu tenho que escrever uma história bem parecida, quase sempre com o mesmo final dessas duas que falei, que acabaram de acontecer, hoje. E mesmo sabendo que nem tão cedo vai mudar, eu não consigo fingir que não é comigo. Não pode deixar que se torne banal, rotina, cotidiano. Não tem que ser assim.

Thayanne Magalhães