terça-feira, 9 de novembro de 2010

Bairro de Maceió sem rede de esgoto sofre com o mau cheiro

Alguns bairros da parte alta de Maceió ainda não possuem rede de esgotos e muitas vezes a água suja é lançada nas ruas, trazendo transtornos como o mau cheiro, doenças, ratos e insetos. O Primeira Edição esteve no Ouro Preto, na periferia, e o que se vê são ruas tomadas pela água suja lançadas pelas casas, em alguns lugares existem até quedas d’água, molhando quem passa distraído.

A estudante Joyce da Silva, moradora do bairro, acredita que a única solução para o bairro é a instalação de uma rede de esgotos. “O mau cheiro incomoda muito. Essas casas que ficam no alto jogam água em quem passa embaixo, é horrível. Já vi muita gente se molhar com essa sujeira. Além disso, isso atrai muitos insetos e ratos que podem nos transmitir doenças”, disse a jovem.

Joyce pede para que as autoridades responsáveis prestem mais atenção no bairro e façam projetos que beneficiem a população.

Já a dona de casa Maria José, de 65 anos, que mora há 38 anos no Ouro Preto, disse que se comparar o bairro de hoje com o que era há alguns anos atrás, melhorou muito. “O Ouro Preto já esteve pior. Antigamente as ruas eram de barro, a lama tomava conta de tudo. Hoje o mau cheiro ainda incomoda muito. Os políticos vêm aqui no tempo de eleição, prometem que vão melhorar, mas fica só na promessa”, afirma Maria José.


Marcondes da Silva, de 24 anos, mora no bairro há apenas 10 meses e já pensa em se mudar. “É uma negação essa água suja no meio da rua. O bairro fica feio e atrai insetos e ratos. Provavelmente vou me mudar em breve daqui”, disse o jovem.

Procurada por nossa reportagem, a assessoria técnica da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), informou que a prefeitura é responsável apenas pela parte da drenagem de águas fluviais e pelos afundamentos de galerias. A Seinfra informou que a questão do esgoto a céu aberto é responsabilidade da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).

Na Casal, o gerente de projetos, Luiz Emanoel, do órgão explicou que quando não existe rede de esgotos em uma localidade, são construídos os sistemas de tratamento primário, os tanques sépticos seguido de sumidouros, popularmente conhecidos como fossa. “A fossa é construída na frente ou nos fundos das residências, é uma obra de engenharia que funciona”, explica.

“Os proprietários das casas são os responsáveis pela construção das fossas, que devem passar por normas técnicas e manutenção freqüente. Essas pessoas quem jogam a água das pias, do jardim, direto na rua, são desinformadas, porque não são só as águas do vaso sanitário que transmitem doenças. Toda a água da casa deve descer pela fossa”, disse o gerente.

Luiz Emanoel disse que a Casal procurou construir redes de esgotos na parte baixa da cidade porque na época era a área de Maceió que estava crescendo. “Priorizamos os bairros da parte baixa porque as pessoas estavam indo morar lá. A Casal tem o planejamento de colocar redes de esgoto na parte alta, onde ainda não tem, mas não temos recursos, portanto também não temos previsão para projetos e obras”, disse.

O gerente informou que para evitar o lançamento de água suja das casas nas ruas, é preciso acionar a Vigilância Sanitária. “Se o seu vizinho tem um encanação que joga a água da pia de lavar pratos, do jardim, da lavanderia direto na rua, você pode acionar a Vigilância, que essa pessoa será multada e obrigada a usar somente a fossa”, afirmou.

A Vigilância Sanitária de Maceió fica no Centro da cidade e o telefone para contato é o 3315-5238.

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