quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Profecia Maia: o que você faria se o mundo fosse acabar em 2012?

Segundo alguns pesquisadores e divulgações na internet, os Maias deixaram para nós sete profecias. Uma delas diz que no sábado, dia 21 de dezembro de 2012, nossa época de medo, ódio e materialismo irá acabar. O Primeira Edição foi procurar saber das pessoas o que elas fariam se o mundo fosse realmente acabar em dois anos, e descobrimos algumas que venderiam tudo o que tem para viajar pelo mundo, ou perdoariam todas as mágoas e aproveitariam muito mais os momentos com as pessoas que amam.

A contadora Juliana Kelly, de 25 anos, disse que aproveitaria o que lhe restava de tempo para ser mãe. “Não quero morrer sem saber o que é ser mãe. É meu maior sonho. Também não perderia mais tempo adiando as coisas que tenho vontade de fazer. Perdoaria quem eu tivesse de perdoar hoje mesmo, ligaria para quem eu amo sem medo de parecer ridícula. Abraçaria mais meus amigos, amaria mais meus familiares, viajaria para os lugares que eu sempre quis, dormiria menos e arrumaria logo um namorado para casar e ter meu filho”, conta a jovem.

Outra coisa, eu aprenderia a tocar violão. Estou adiando isso desde a época do colegial. Engraçado como a gente lembra de tanta coisa que queria fazer e ainda não fez por que esse mundo capitalista não nos dá tempo de realizar nossos sonhos. Estamos sempre trabalhando para pagar nossas contas, e a vida se resume nisso”, concluiu Juliana.

O musico e produtor, Denis Porto, de 38 anos, falou que venderia tudo o que tem e iria morar no lugar que ele considera perfeito. “Eu iria para a Austrália, que é um deserto com mar perfeito, pouca gente. Levaria minha mulher e minha filha. Não trabalharia mais, iria só surfar e curtir a vida”, disse o produtor da banda Raimundos.

Tiago Bueno, gerente de projetos de 27 anos, também disse que venderia tudo o que tem e viajaria pelo mundo. “Eu não acredito nessas coisas e nunca parei para pensar nisso, mas, se tivesse que fazer alguma coisa, venderia tudo o que tenho e viajaria pelo mundo. Iria conhecer os lugares que tenho vontade e pelo caminho gostaria de ajudar as pessoas, conhecê-las, conversar”, conta o jovem.

Bueno disse ainda que faria uma porção de coisas que teve vontade de fazer e não teve oportunidade. “Iria pular de paraquedas também”.

A gestora de recursos humanos, Kelly Born, de 27 anos, diria a todas as pessoas que ela considera especiais o quanto as ama. “Eu tomaria muita cerveja enquanto falaria do meu amor para elas [risos]. Também não esqueceria de agradecer a Deus pelo tempo de vida que ele me deu, mesmo que eu considerasse pouco. A vida é o melhor presente que podemos receber, e eu pediria muita sabedoria a Ele para saber o que fazer com oque me sobrasse de tempo para viver”, disse.

Se o mundo vai mesmo acabar como diz a profecia dos Maias, é uma incógnita para a humanidade. Mas, vendo o mundo como está hoje, presenciando as catástrofes naturais, o aquecimento global, vê-se um pouco de lógica na previsão de que o planeta será destruído, ou a humanidade devastada. Contudo, é mesmo preciso ter a certeza de que o fim chegará em dois anos para mudar nossos conceitos, para começar a preservar e fazer o que consideramos certo para nós e para os outros? Nunca se sabe até quando estaremos por aqui.

Thayanne Magalhães

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pensão para amantes : “querem destruir a instituição do casamento”

Um projeto de lei aprovado nesta quarta-feira (15) pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal deve causar divergências entre a opinião pública. É que a lei permite que amantes tenham direito a pensão alimentícia e a partilha de bens, contanto que comprove estabilidade da união.

A proposta, que vale para homens e mulheres, diz que a união formada em desacordo aos impedimentos legais não exclui os deveres de assistência e a partilha de bens.

Para a autora intelectual da proposta, a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), a lei atual é conivente com o homem que tem duas mulheres e, com o projeto, ele passa a se responsabilizar.

O Primeira Edição buscou a opinião dos dois lados. Mulheres e homens casados legalmente, e mulheres que sustentam um relacionamento com homens casados.

O representante de vendas, José Monte Neto, de 27 anos, não é favorável à nova lei. Para o jovem, casado há 2 anos, a aprovação dessa lei irá enfraquecer ainda mais a instituição familiar. “Isso é a desvalorização da família, que é o pai, a mãe e os filhos. Nenhuma dessas leis vai resolver nada. É preciso retomar a consciência de que o casamento, o matrimônio é uma instituição séria, que não pode ser denegrida. Esse tipo de lei só visa a destruição das famílias”, opinou Neto.

Para o jovem pai, a formação da sociedade nasce dentro da família, e é preciso dar exemplos às novas gerações. “Essa lei não vai fazer com que os homens pensem duas vezes antes de arrumar uma mulher fora do casamento e eu não acredito que a decisão de aprová-la seja positiva”.

Uma mulher, que não quis se identificar, falou ao Primeira Edição sobre seu relacionamento com um homem casado e deu sua opinião sobre a nova lei. “Começamos a nos relacionar há três meses. Nos conhecemos pelo MSN e eu já sabia que ele era casado, mas me encantei e acabei ficando com ele”, conta a amante.

Sobre a nove lei, a entrevistada disse que “como amante acho legal, mas se eu estivesse no lugar da esposa, com certeza não iria gostar”.

A amante disse que, apesar de gostar muito da pessoa com quem está tendo um caso, não se sente bem com a situação. “Eu me sinto mal pelo fato dele ser casado, mas, a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Além disso, ele me disse que o casamento dele está para terminar”, concluiu.

A auxiliar administrativa, Walmair Lima, de 28 anos, acha inaceitável o fato de ter que dividir os bens que ela e o marido construiram juntos, com uma amante. “Eu não sei se meu marido me trai, acredito quem não, mas, se um dia aparecer uma mulher dizendo que é amante dele e que quer parte do que eu trabalhei para construir junto com ele, vou ficar indignada”, enfatiza Walmair.

“Essa lei com certeza vai destruir cada vez a família. É inaceitável ter que dividir meus bens e do meu filho com uma estranha”, finalizou.

Thayanne Magalhães

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Promiscuidade: adolescentes também são culpados?

Na última quinta-feira (9), uma denúncia anônima levou as polícias Civil e Militar junto com o Conselho Tutelar de União dos Palmares, a uma ‘confraternização’ que acontecia em um bar na zona rural da cidade, onde supostamente seria leiloada a virgindade de uma adolescente entre 15 e 16 anos. O fato chamou a atenção das autoridades e da sociedade, e as organizadoras da festa, Tais da Silva Costa, 23 anos, e Gisela Oliveira dos Santos, 28, chegaram a ser presas.

O Primeira Edição entrou em contato com as autoridades do município envolvidas nas investigações do caso, e questionou quais medidas de prevenção são tomadas para evitar esse tipo de crime, tendo em vista que a realidade da maioria das cidades do interior do Estado mostra que muitos jovens e adolescentes, por não terem oportunidade para o desenvolvimento, acabam caindo na promiscuidade.

O conselheiro tutelar de União dos Palmares, Anderson Austregésimo, disse em entrevista ao Primeira Edição que o órgão trabalha com campanhas de aconselhamento para pais e menores, mas que o fato da cidade ser grande, com cerca de 63 mil habitantes, e possuir apenas um Conselho Tutelar, dificulta os trabalhos. “Sentimos dificuldade por não atingir um maior número de jovens, que por conta da desestrutura da família, evasão escolar, uso de drogas, acabam se desvirtuando”, disse o conselheiro.

“Nós trabalhamos com a parte da defesa dos direitos da criança e do adolescente, e temos ligação com as escolas do município para promover as campanhas, principalmente em dias de combate, como o 18 de maio, contra o abuso e a exploração de crianças e adolescentes, e essas são medidas de política pública, e é necessário trabalhar essas ações para orientar a sociedade”, conta.

Em relação às declarações dadas por uma das menores, que estaria se sentindo ameaçada pelas acusadas de promover a festa, que foram liberadas no último sábado (11), através de um alvará de soltura concedido pelo juiz Ygor Vieira de Figueiredo, o conselheiro disse que as adolescentes deverão ser ouvidas pelo juiz Bruno Acioly, já que a informação ainda não é oficial para os órgãos que investigam o caso. “Ainda não temos uma base sólida sobre essa informação passada pela menor. Mas é claro que diante das circunstâncias deve haver um medo por parte das vítimas. A notícia foi publicada ontem e hoje a polícia, o Conselho e a Justiça irão tomar as medidas de segurança”, afirmou Anderson.

O conselheiro disse que os trabalhos devem continuar e o envolvimento de mais pessoas neste caso está sendo investigado. “Cabe ao Conselho receber a denúncia e repassá-la para as autoridades responsáveis pelas investigações, polícias, juízes, Ministério Público, que investigam e prendem os envolvidos nos crimes”.

O delegado titular da cidade, Cícero Lima, passou a manhã trabalhando em outros casos e o Primeira Edição não conseguiu falar com ele.

A opinião dos jovens

O Primeira edição entrevistou algumas jovens que acabaram de passar pela fase da adolescência, para saber a opinião delas sobre o caso. Foi perguntado se elas acreditam que os adolescentes podem mesmo agir apenas por influência dos adultos para entrar na promiscuidade ou se por conta da desestrutura familiar e baixa renda, esse caminho seja inevitável.

A auxiliar administrativa, Andressa Araújo, de 22 anos, acredita que o fato do adolescente ser pobre, não ter uma base familiar, não é desculpa para partir para a promiscuidade. “Conheço muita filhinha de papai, em Maceió e no interior principalmente, que tem tudo, mas que só vivem em festas, bêbadas. Elas falsificam até a identidade para entrar em shows e boates. Não se deve só responsabilizar os adultos que estão com elas, porque elas estão lá porque querem na maioria das vezes”, opina a jovem.

Andressa acredita também que os pais deveriam prestar mais atenção nos seus filhos para evitar esse tipo de comportamento. “Acho que pai e mãe deveriam acompanhar a vida dos filhos, principalmente nessa idade. É claro que não dá para saber tudo o que eles fazem na rua, mas é preciso diálogo, regras. A boa educação começa dentro de casa, e acredito que é isso que falta para essas adolescentes, educação”.

A digitadora de programas sociais, Anne Karoline Soares, de 19 anos , é de Pão de Açúcar, e na opinião dela as adolescentes deveria ser tratadas pela Justiça também como culpadas. “É claro que o que aconteceu em União, de leiloar a virgindade, é uma falta de respeito com as meninas, mas elas também têm culpa, porque não foram para a festa obrigadas, acredito eu”, disse a jovem.

Sobre fato de serem pobres, ou por não terem uma base familiar sólida, Anne acha que isso não é desculpa para a má conduta. “Tem tanta gente sem pai e sem mão e se tornam grandes profissionais. Acho que esse caminho promíscuo é escolha própria, na maioria das vezes”.

A jovem disse ainda que a lei para adolescentes é injusta no Brasil. “A maior idade deveria ser dada aos 16 anos. Eles já podem até votar, escolher o futuro da nação, e porque não podem responder pelos seus atos, por crimes? A Justiça sempre passa a mão na cabeça”.

Diante das opiniões é possível julgar que a atual geração de adolescentes tem perdido muitos valores, entre eles a valorização da família. Diariamente podemos ver nas notícias as festas promovidas pelos jovens, envolvendo muitos adolescentes que usam drogas, fazem sexo sem responsabilidade e chamam isso de ‘viver a vida’. Nos sites de relacionamento também não é difícil encontrar fotos que retratam a banalização do corpo das meninas, a apologia ao uso excessivo de álcool.

Seria a hora de rever os deveres dos adolescentes, e não só seus direitos? Não defendendo o que se passou em União dos Palmares. A questão são os adolescentes que frequentam festas por conta própria, e não essas festas promovidas por adultos mal intencionados. A Justiça é mesmo eficaz nesses casos? É preciso prevenir, dar educação de qualidade e oportunidade para que esses jovens, principalmente do interior do Estado, possam seguir caminhos distantes da promiscuidade.

Thayanne Magalhães

CNE recomenda fim da reprovação: “Não reprovar torna a educação mais precária”

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares para o ensino fundamental de nove anos e uma das determinações do órgão é que todos os alunos devem ser plenamente alfabetizados até os 8 anos de idade. O que está causando dúvidas e até mesmo preocupação para os pais é o fato de o CNE recomendar “fortemente” que as escolas não reprovem os alunos até o 3º ano dessa etapa.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, já homologou o parecer, que foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (14). No texto, o ministro diz que a orientação é muito clara: todas as crianças têm o direito de aprender e as escolas devem assegurar todos os meios para que o letramento ocorra até os 8 anos de idade. Não quer dizer que se defenda a aprovação automática.

O texto ressalta ainda que cada criança tem um ritmo diferente no processo de aprendizagem, que, por isso, deve ser contínuo.

O Primeira Edição foi buscar opiniões para saber o que a sociedade pensa sobre a nova recomendação.

A professora Maria Célia da Conceição conta que o método já é usado pelas escolas estaduais e municipais de Alagoas, e que a não reprovação diminui a qualidade de aprendizado e os alunos saem da escola despreparados para o vestibular. “O que o Estado o Município visam é a quantidade de alunos que saem do ensino médio, e não a qualidade. Com certeza essa recomendação de não reprovar os alunos com dificuldade de aprendizado só ajuda a tornar a educação mais precária”, afirma a educadora.

“A gente vê alunos que não têm condições de avançar para o ensino médio, mas temos que aprová-los por causa desse sistema, e isso está diminuindo a qualidade do ensino. O método tradicional com certeza é mais eficaz, basta comparar o nível de aprendizagem das gerações”, disse Célia.

A psicóloga Gabriela Medeiros acredita que se as escolas e os educadores tivessem a mesma visão e métodos de ensino, seria mais fácil avaliar onde está o problema nos alunos com dificuldade de aprendizado. “É realmente uma situação complicada o incentivo à não reprovação dos alunos, porque a criança e o adolescente precisam de estímulo para que possam se engajar nos estudos. Mas também tem que avaliar os dois lados. Reprovar é algo muito difícil, porque mexe com a auto estima da criança. Mesmo assim, só teria sentido aprovar um aluno com dificuldade se a escola avaliar também o emocional dessa criança ou adolescente, e o professor da série seguinte teria o cuidado de avaliar realmente o aprendiz e desenvolver estratégias para que ele possa superar as dificuldades anteriores e continuar avançando", disse.

“O que acontece na maioria das vezes, é o aluno mudar de escola quando é reprovado, e daí muda-se de pensamento, a técnica de ensino, a abordagem, a estrutura do professor. Portanto eu acredito que não se deve avaliar apenas a reprovação em si, mas tem que ver a criança e o adolescente como um todo”, opina a psicóloga especialista em crianças.

Para a assistente administrativa, Edylane Pereira, de 27 anos, mãe de duas crianças em idade escolar, uma no 6º ano e outra Jardim II, a recomendação do ministro não vai mudar muito a atual realidade das escolas. “Eu estudei em escola pública há uns dez anos, e lembro que os alunos passavam sem muito esforço, porque os professores não queriam ter dor de cabeça e passavam trabalho para casa no fim do ano e dava nota de prova. Se antes já era assim, imagine hoje em dia, ainda mais com essa recomendação do ministro?”.

Para Edylane, o problema não está só nas escolas públicas. “Nas escolas privadas não deve ser diferente, porque, infelizmente, o dinheiro compra tudo. O que o ministro deveria fazer era exigir mais capacitação para os professores e incentivar a melhorar o ensino, e não piorar, porque na minha opinião está piorando”, disse.

“Sinceramente eu acho um absurdo incentivar as escolas a não reprovarem os alunos, pois as crianças não vão nem pensar em se esforçar para passar nas provas, e como é que vai ser no dia que precisarem passar no vestibular ou num concurso? Quer dizer então que meus filhos vão para a escola só para marcar presença?”, indaga a jovem mãe.

A jovem disse ainda que faz a sua parte, incentivando os filhos a estudar em casa. “Acredito que a educação começa dentro de casa e eu pego no pé e eles têm que estudar para as provas e passar com nota boa. Faço isso para o bem deles, pensando no futuro. Não quero que meus filhos saiam da escola sem ter aprendido nada”.

É preciso mesmo melhorar a qualidade de ensino, não só no Estado, mas no País. O que se vê nas escolas são muitos professores despreparados e alunos desinteressados, pelo menos na maioria. O fato de ser reprovado não torna a criança ou o adolescente pior que o outro, mas o prepara para enfrentar o mundo competitivo. E, finalmente, é preciso destacar que a educação mais importante é a adquirida em casa.

Thayanne Magalhães