Desde a adolescência que eu ficava me imaginando aos 30
anos. Planejava já estar financeiramente estabilizada, por isso nunca parei de
estudar e trabalhar – exceto por cerca de dois anos, aqueles que a gente
precisa errar bem muito para entender o que NÃO queremos da vida. Mas que
também nos fazem dar risada de como nos divertíamos com tão pouco.
Me imaginava dirigindo meu carro – é, para a minha realidade
era algo ainda bem distante – e levando adiante a minha carreira profissional.
Mas, o meu maior desejo sempre foi ser mãe. Eu sempre dizia
que até os 30 já queria ter o meu primeiro filho.
Bom, parece que estou indo bem. Não que a vida tenha sido
sistemática e eu fiz tudo programado. Nada disso. Até chegar aqui – ainda sem a
tal estabilidade financeira – eu vivi cada fase intensamente. Eu fui uma
adolescente sem “rédeas”. Meus vinte e poucos foram de tantas descobertas,
viagens, pessoas... Morei em tanta casa que nem me lembro mais! (Parafraseando
Renato)
Até que finalmente estava no meu próprio apartamento alugado.
Independente. Sem hora para chegar e comendo o que queria – uma época trabalhei
no shopping e não podia comer na praça de alimentação. Sempre lanchava naquelas
barracas do lado de fora, era mais em conta. Eu pensava que logo, logo poderia
escolher onde quisesse comer. Pois é, pequenos sonhos que hoje eu agradeço por
poder realizá-los ao menos na primeira semana após receber o salário de
jornalista! (risos)
Como ia dizendo e meio que me perdi. Não vivi sistematicamente.
Sempre deixei a vida seguir seu curso. Nada de rotina. Eu sabia que um dia
teria que sossegar, ser mãe e cuidar da família. Aqui estou. Prestes a
completar 30 anos.
Casei na igreja, o que também me foi um sonho... Para mim significava que a vida recomeçava a partir dali. Era a fase mais importante da minha vida que se iniciava, e não um "evento social". Encontrei
alguém para seguir a vida ao lado. Como todo ser humano, temos defeitos,
passamos por dificuldades, mas não soltamos as mãos quando precisamos um do
outro.
Meu filho é a coisa mais importante da minha vida. É o amor
em forma de gente e eu sinto tanto orgulho de poder lhe dar tudo o que precisa,
principalmente presença, carinho, atenção... Principalmente por, apesar de ser
uma mulher adulta - é o que dizem -, a minha criança está aqui, bem viva, para
sentar com ele na areia da praia, construir castelos e piscinas nos fins de
tarde dos nossos finais de semana – todos especiais. Todos para se comemorar.
Todos para ele.
Bem vinda idade nova. Bem vindos 30 anos! Que bom que conseguimos um bocado de coisa que planejamos, né?
É incrível como gosto mais do meu corpo agora. Do meu
cabelo. Do meu jeito de vestir. É incrível como eu amo mais a minha vida hoje
do que ontem. Como prezo cada amigo que me acompanhou até aqui e agradeço aos
que se afastaram. Esses certamente não somariam.