quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Atendimento da polícia pelo 190 ainda deixa a desejar


Diante de uma situação de risco, onde o cidadão se vê refém de um assaltante, usuário de drogas ou qualquer espécie de bandido, a primeira coisa a ser feita é ligar para o 190. E quando o socorro da Polícia Militar não chega a tempo de salvar a vítima, ou, pelo menos prender o criminoso, a quem se deve recorrer? A demora no atendimento do 190, ou até mesmo o não comparecimento de uma viatura diante do socorro, é uma situação muito mais comum do se imagina em Maceió.

Ontem a noite os jornalistas do Primeira Edição estavam largando do trabalho e deram de cara com usuários de crack consumindo a droga em frente ao prédio onde funciona o jornal e o site. O 190 foi acionado às 20h e até às 21 nenhuma viatura havia chegado no local.

Uma estudante que não quis se identificar, moradora do bairro Gruta de Lourdes, disse que este ano precisou mais de uma vez do atendimento do 190 e não obteve êxito. Uma das vezes ela estava na rua em que mora e flagrou um casal de assaltantes arrombando um estabelecimento comercial e entrando para roubar. “Imediatamente liguei para o 190. Mas eles não chegaram a tempo. Os bandidos entraram no local, roubaram e fugiram e eu assisti tudo. Esperei a polícia, mas eles só chegaram quando eu já estava dormindo”, afirmou a estudante.

“Outras duas vezes liguei para denunciar um bar que fica até de madrugada com som alto durante a semana inteira. Mas parece que a polícia não leva mais em consideração o descanso de quem precisa trabalhar e estudar”, concluiu.

Outra pessoa que precisou do serviço de emergência da polícia, relatou ao PRIMEIRAEDICAO que estava em um ônibus que foi assaltado próximo à Praça Sinibú no mês passado. Os assaltantes foram detidos por um agente do BPTRAN que estava no local e ela entrou em contato com 190. “Em quinze minutos chegou uma viatura da PM, mas os policiais disseram que estavam em outra ocorrência próxima ao local, por isso chegaram rápido”, disse. “Existem os dois lados da moeda. A Polícia Civil é quem passa as informações das ligações feitas ao 190 para a Polícia Militar. Daí, não dá para saber com quem está a maior responsabilidade”, concluiu a vítima que pediu para não ser identificada.

O outro lado

O chefe do Central de Operações Policiais Militares (Copom), major Eduardo Caetano de Azevedo, disse que o atendimento do 190 melhorou consideravelmente nos últimos meses. Em entrevista ao site Primeira Edição, ele afirmou que, mesmo que o atendimento demore, será atendido. “Não é uma questão de prioridade. A sociedade como um todo é prioridade. Mas, dependendo da demanda de ocorrências, pode ser que o atendimento demore, porque é preciso resolver uma para depois ir resolver outra”, afirmou o major.

Eduardo disse também que está prevista a circulação de mais 15 viaturas locadas nos próximos dias, o que irá ajudar a melhorar no atendimento. “No final do dia, início da noite, ocorrem um aumento considerável no número de ocorrências porque há uma quantidade maior de pessoas circulando nas ruas, o fechamento de estabelecimentos comerciais, causando o aumento no número de chamadas para o 190. Com uma quantidade maior de chamadas, a quantidade de viaturas pode não ser suficiente, por isso, se houver ocorrências mais graves como assaltos, tentativas de assassinato, iremos mandar as carros para os mais urgentes, no término das mesmas, mandaremos a viatura para as demais”, afirmou.

O major concluiu dizendo que a Secretaria da Defesa Social está tentando melhorar cada vez mais o atendimento do 190.

Thayanne Magalhães

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