De acordo com servidores da Escola Estadual Rotary, falta professor,
merendeira e até serviços gerais
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Os servidores da Escola Estadual Rotary estão
sobrecarregados. De acordo com Marcílio
Tavares, que há dois anos atua como vigia na instituição de ensino, os funcionários
precisam acumular funções porque o Estado não faz as contratações necessárias
para dar conta da demanda da escola.
“Eu passei no concurso para vigia, mas trabalho como
porteiro, recolho o lixo e corto a grama. Falta pessoal para os serviços gerais, agente
administrativo e no serviços diversos só tem uma servidora que vai se
aposentar”, denuncia.
A escola, que fica localizada na Avenida Durval de Góes
Monteiro, no bairro do Tabuleiro, em Maceió, também tem carência de merendeiras
e até professores, segundo afirmam os funcionários.
“De manhã só tem uma merendeira para atender mais de 450
alunos. Ela acaba não seguindo o cardápio recomendado pela nutricionista porque
não dá para fazer tudo sozinha. As crianças acabam comendo só biscoitos e
achocolatado”, afirma o vigia.
Marcílio afirma que de dois anos para cá a situação só tem
piorado.
“Esse ano a escola já foi arrombada duas vezes. Aqui tem
vigia trabalhando a noite, mas desarmado não adianta. O muro é baixo e os
criminosos veem a facilidade de invadir e entram para roubar. Já levaram os
computadores da sala de administração duas vezes”.
O vigia afirma que já foi solicitado ao Estado a contratação
de vigilância armada.
Informações
desencontradas
Segundo Marcílio Tavares, na 14ª Coordenadoria Regional de
Educação (Crea), responsável pela área do Tabuleiro, consta que o quadro de
funcionários da Escola Estadual Rotary está completo.
“Tem servidor que se afasta por indicação médica, por
exemplo, e consta no Crea que estão trabalhando normalmente. O Estado precisa
enviar mais servidores para esta essa escola e precisamos também de pessoal de
apoio para quando alguém precisar se ausentar.
Alessandro Rodriguez trabalha como vigia pela manhã, mas na
tarde de ontem (29) estava dando apoio aos colegas de trabalho.
“Até para cortar a grama nós tiramos do dinheiro arrecadado
da escola com outdoors. Basta olhar o quintal da escola, a quadra de esportes
para perceber que a Rotary está abandonada. As crianças ficam expostas a
cobras, ratos, mosquitos. O terreno cheio de mato fica do lado da sala de aula
e nós nos preocupamos. Fazemos o trabalho que é obrigação do Estado”, relata.
“Os alunos praticam esportes debaixo de sol e se chover não
tem a aula de educação física. Precisa, além de mais funcionários, melhorar a
estrutura da escola”, concluiu Alessandro.
Ano letivo é
prejudicado por falta de professores
A mãe de uma aluna que preferiu não se identificar, denunciou
ao blog que o segundo semestre começou sem professor de
Matemática para uma turma do 6º Ano da escola.
“Minha filha está sendo prejudicada. Como é que ela vai
concluir o ano sem ter professor de Matemática?”, reclama a mãe.
A diretora-adjunta da escola, Severina Alves dos Santos, diz
que os problemas não são novidade.
“O ano passado inteiro ficamos sem professor de Arte.
Decidimos então realizar um curso de
férias e os professores que já tinham concluído o ano em outras escolas, vieram
dar as aulas para os nossos alunos concluírem a disciplina em quinze dias. Mas
com Matemática fica mais complicado. Não dá para aprender tudo nesse mesmo
período”, explicou.
Severina confirma a falta de professor de Matemática e
afirma já ter acionada a Secretaria de Estado da Educação (SEE) exigindo
providências.
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“O Estado sabe da nossa situação mas não nos dar prazos para
a resolução dos problemas. Nossos alunos acabam tendo dificuldade de
aprendizagem por conta de tantos problemas, sem saber quando terão professor
para dar aula”, reclama.
Outra dificuldade passada pela escola é a falta de
interprete de línguas.
“Temos cerca de 100 alunos especiais e não contamos com
nenhum interprete. O Estado diz que até dezembro deve fazer concurso, mas até
lá contamos apenas com auxiliar de sala. Não temos nem uma sala de recursos
para trabalhar com essas crianças e adolescentes deficientes”.
O blog tentou contato com a assessoria de comunicação da SEE
falar sobre as denúncias, mas ninguém atendeu o telefone.
Fotos: Sandro Lima