quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

União homossexual: direito ou abominação?

Muita gente ainda não sabe, mas os homossexuais de Alagoas já podem registrar sua união em cartório, desde que comprovem a convivência. A medida foi legalizada ano passado pela presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ), desembargadora Elizabeth Carvalho.

Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), por conta da desinformação, esta medida ainda encontra muita resistência.

O presidente do GGAL, Nildo Correia, explicou que o principal interesses dos homossexuais é garantir o reconhecimento dos direitos econômicos e sociais. “Muitas vezes as pessoas acabam perdendo tudo o que foi construído com o companheiro ou companheira porque a família vem e toma”, explicou.

Mesmo com o preconceito ainda muito forte, Nildo afirma que já existem muitos avanços que favorecem a união homoafetiva. “No ano passado a desembargadora apresentou a proposta e conseguiu aprovar no TJ. Trata-se de uma resolução aonde os cartórios são obrigados a fazer o contrato de união estável. Ainda não é uma cerimônia de união e nem usamos o termo casamento, é um contrato”, afirmou Nildo.

“A resolução é um avanço para nós. A lei ainda não foi aprovada e ainda passamos por muitas dificuldades mas, através dessa medida aprovada em Alagoas, a Previdência Social já reconhece a nossa união, alguns planos de saúde já aceitam o companheiro ou companheira como dependente. Através da nossa luta estamos avançando na busca dos nossos direitos”, concluiu.

Opinião das pessoas
O coordenador administrativo, Gleydston Guedes, de 22 anos, disse que não conhecia a medida e acha que os homossexuais têm seus direitos. “Acho certo que eles tenham direito a compartilhar seus bens, mesmo não podendo oficializar a união. Seria injusto a sociedade não reconhecer”, opinou o jovem.

Mesmo sendo a favor do reconhecimento da união estável entre homossexuais, Gleydston não descarta a possibilidade dessas relações ainda chocarem a sociedade. “Mesmo que você diga que não tem preconceito, de alguma forma você se choca quando vê dois homens ou duas mulheres se beijando. Da mesma forma eu me choco quando vejo alguém com uma tatuagem no rosto, mas nada que me ofenda, só foge do que concebo como normal”, afirmou.

“É um tema complicado de se discutir”, concluiu.

A gestora de RH, Kelly Born, de 27 anos, disse que é a favor da medida, já que o artigo 226, que define regras para o casamento, em nenhum momento trata de uma exclusividade para sexos opostos. “Todos nós temos os mesmo direitos e deveres, e o tema ‘casamento gay’ não se trata de ser contra ou a favor, se trata de direitos humanos. Os homossexuais têm relacionamentos idênticos aos dos heterossexuais e continuarão tendo, queira a sociedade aceitar ou não”, disse Kelly.

“Eu acho que só haverá justiça quando todos nós formos aceitos e apoiados independentemente de raça, classe social, cultura e sexualidade”, concluiu a gestora de RH.

A Igreja
O pastor da Igreja Presbiteriana, Pedro Cabral, fez uma colocação sobre o assunto usando a Bíblia como fonte. “Numa cosmovisão cristã, a homossexualidade é abominação contra Deus e, portanto, a união homossexual é biblicamente condenada”, afirmou.

O ministro extraordinário da Comunhão Eucarística da Igreja Católica, José Monte Neto, disse que esse tipo de união vai de encontro ao que está escrito na Bíblia. “Desde que a Justiça não queira obrigar a igreja a celebrar o casamento deles, eles podem oficializar a união no cartório civil. Mas, diante da Igreja isso não tem validade nenhuma”, disse o religioso.

Segundo Neto, o livro da Sabedoria, capítulo 14, versículo 25 e 26, trata do assunto. “Essa passagem diz o seguinte: tudo está numa confusão completa, sangue, homicídio, furto, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento dos benefícios, contaminação das almas, perversão do sexo [enfatizou], instabilidade das uniões, adultério e impudicícias”, afirmou Neto, com a Bíblia em mãos.

“O que está acontecendo nos dias autuais é um fenômeno em que as pessoas querem que a palavra de Deus se adeque às suas vidas e não obedecer o que nos manda a palavra de Deus. Querem inverter as coisas. Enquanto o mundo era regido, guiado pela Bíblia, ainda existia respeito pelos pais e pelo próximo. Se a gente olhar no século passado, vai ver que há 50 anos atrás a homossexualidade era um absurdo, e ainda é. As pessoas estão vivendo como se não existisse Deus, estão desacreditadas”, opinou.

Para Neto, as pessoas estão pecando – pecados graves segundo ele – e sabem que estão desmerecendo a Bíblia. “A palavra é a mesma ontem, hoje e sempre. Não mudou e nunca mudará”, enfatizou o religioso.

“Quero concluir esta entrevista citando uma passagem de Levítico, capítulo 18, versículo 22. Ela diz que ‘não se deitarás com o homem como se fosse mulher: isso é uma abominação”.

Thayanne Magalhães

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Comissão da Verdade quer punir crimes da Ditadura Militar

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral de Alagoas (MCCE) sugeriu que seja criada a Comissão Nacional da Verdade e irão mobilizar os parlamentares do Estado para que a Casa seja favorável ao projeto. O objetivo da Comissão é investigar as violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, época da Ditadura Militar no Brasil, e punir os responsáveis pelas torturas e assassinados ocorridos na época da repressão.

Em entrevista ao Primeira Edição, o coordenador estadual do MCCE, disse que irá pedir aos congressistas alagoanos que votem favorável no congresso para que se apure e se identifique os torturadores e assassinos da época do Regime Militar. “Vamos entrar em contato com os parlamentares e mostrar a importância dessa comissão. Também somos a favor de uma grande campanha midiática para que a comissão seja aprovada”, afirmou Argolo.

Na opinião de Adriano, a redemocratização no País está incompleta. “Existe uma ferida aberta. Queremos a aprovação dessa comissão assim como conseguimos a aprovação da Lei da Ficha Limpa em 2010. Graças a nossa atuação a lei foi aprovada a nível nacional. A Comissão da Verdade já está sendo bem aceita pelos coordenadores dos movimentos Contra a Corrupção Eleitoral nacionais e vamos nos mobilizar por mais essa aprovação”, disse.

Anistia
“A Lei da Anistia foi criada por torturadores e assassinos para se auto absorverem. Nesse intuito, essa lei não tem legitimidade nenhuma. Ela foi posta ‘goela abaixo’ dos brasileiros na época do Regime Militar. Temos que definitivamente desaparelhar os requintes da ditadura”, disse Adriano.

O coordenador do MCCE estadual afirmou ainda que existem órgãos que ainda têm em seu comando pessoas que praticaram crimes da época da Ditadura Militar. “Temos delegados envolvidos em assassinatos e em torturas, muitos nomeados na época da Ditadura, sem nenhum concurso público”, conta.

“No poder judiciário ainda existem muitos requintes da Ditadura. Uma arrogância muito grande. Existem juizes federais, alguns nomeados desembargadores, em plena função desde a época da Ditadura”, afirmou Argolo.

“Fazer justiça”
Para o MCCE, o Brasil só será um país respeitado internacionalmente quando desaparelhar as instituições com pessoas oriundas do Regime Militar. “O Brasil já foi condenado pela Comissão Interamericana dos Direitos Humanos por conta da Lei da Anistia, que não tem nenhuma eficácia jurídica. Nenhum país que queira se inserir no cenário internacional com respeito pode ter uma lei que absorva torturadores e assassinos”, enfatizou Adriano Argolo.

“Nosso país deveria seguir o exemplo do Chile, da Argentina e agora do Uruguai. Nesses, coronéis, capitães, generais, bispos, padres envolvidos em torturas e assassinatos da époda do Regime Militar estão presos, e é prisão perpétua”, conta.

“Deputados, jornalistas, estudantes foram mortos por conta de suas posições ideológicas. Os torturadores e assassinos nunca foram identificados, nem presos. Qual o intuito disso? Qual país do mundo pode ser um país descente passando um manto sobre esses fatos? Grandes nações da humanidade tiveram períodos de autoritarismo, mas todos eles fizeram a sua Comissão da Verdade e colocaram assassinos e torturadores na cadeia”, afirmou Adriano.
“A palavra certa é ‘fazer justiça’. Ela tem que ser alcançada, mesmo que se demore séculos”.

“Clãs políticos”
Adriano contou ainda que existem ‘clãs políticos’ no cenário nacional e que a sociedade irá conhecer as relações espúrias e íntimas dessas famílias com o Regime Militar. “Certos clãs da política nacional, como os Sarney e Maluf, que exercem poder e influencia no país, tem envolvimento com a Ditadura”, afirma.

“Vamos fazer um apelo e divulgar quem votou a favor e quem votou contra a Comissão da Verdade. Em seguida faremos comentários que irão mostrar as ligações prováveis de quem votou favorável com o Regime, o porquê do voto”, concluiu.
Resgate da história

Olga Miranda, formada em direito e jornalismo, é filha de Jayme Miranda, jornalista desaparecido desde a época do Regime Militar. Em entrevista ao Primeira Edição, ela diz acreditar que a Comissão ira resgatar a história e fazer justiça. “As pessoas que se sentem injustiçadas querem um retorno do Estado em relação ao que aconteceu naquele período. Isso significa a certeza da existência da justiça e trará a segurança de que esse tipo de crime não voltará a acontecer”, disse Olga.

“É um resgate da história. A gente quer saber o que foi que aconteceu, quem são essas pessoas que cometeram os crimes. Muitos desses criminosos ocupam cargos públicos, são juizes que julgam e definem vidas de forma tendenciosa”, opina.

“É preciso resgatar a história, ter certeza de que está sendo feita a justiça e, principalmente, é preciso fazer uma limpeza no sistema”, concluiu a filha de Jayme Miranda.

Comissão da Verdade
De acordo com o texto original do projetos os autores dos crimes da época do Regime não são especificados e, desse modo, podem ser investigados atos cometidos tanto por agentes do Estado, quanto os que têm como suspeitos os guerrilheiros de esquerda.
A função da comissão é promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior.

Mudança no texto original
Depois da pressão feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao Governo Federal, o texto original sofrerá alterações nos parágrafos referentes à legalização do aborto e proibição de símbolos religiosos em locais públicos.

Thayanne Magalhães

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

‘A saúde pública de Alagoas é um desastre'

Presidente do SINMED fala sobre a precariedade da saúde do Estado e a insatisfação dos médicos; população reclama

Os rumores de uma possível greve no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) têm deixado a população, que já não conta com um socorro eficiente, ainda mais preocupada. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão, 90% dos profissionais envolvidos na discursão são prestadores de serviço, e não concursados. “Estão todos insatisfeitos com o pagamento do Governo, o desejo é ‘cair fora’ mesmo, porque quem faz greve são concursados. De qualquer forma, o sindicato apóia os movimentos”, afirmou Galvão, em entrevista ao Primeira Edição.

Segundo o presidente, na próxima terça-feira (11) os médicos irão se reunir com o novo secretário estadual de Saúde, Alexandre Toledo, e levar as questões para que sejam feitos acordos entre os profissionais e o Estado. “A prestação de serviços, a falta de condições de trabalho, não só no Samu, mas no HGE, na Unidade do Agreste, tudo isso será levado ao secretário e esperamos que ele resolva essas questões, porque o último secretário foi um desastre”, disparou.

Reclamações dos médicos
Entre as principais queixas dos médicos do Samu, estão o fato de terem sido contratados para atuar em Maceió e cobrirem todo o Estado, a insalubridade que eles recebem é em cima do salário mínimo, e não do salário dos médicos, que, segundo a classe, é o menor do Norte e Nordeste do país, o contrato de 40 horas recebe bem menos que os de 20 a 24 horas dos outros Estados, só existem 2 a 4 médicos nos plantões, as vezes apenas um, enquanto o necessário seria no mínimo dez profissionais, só para Maceió, e outras.

A população
Um drama vivido por milhões de brasileiros também aflige a vida da aposentada Ivonete Bastos, de 62 anos. Seu filho mais velho é usuário de crack e a idosa se vê sem ter o que fazer, porque não tem condições de internar o homem em uma clínica particular e a saúde pública não tem tratamentos que obriguem o paciente a permanecer nos hospitais. “Teve um dia que ele pediu ajuda e chamamos o Samu. Esperamos mais de 4 horas, ligando insistentemente para que uma ambulância viesse buscá-lo e o levasse para um hospital psiquiátrico da cidade. Ele foi primeiro no Portugal Ramalho e disseram que não tinha vaga para o caso dele, aí o médico disse para ele ir no ‘Zé Lopes’, e lá o outro médico disse que ele sairia pior se ficasse internado, e mandou ele tomar uns remédios em casa mesmo”, conta.

“Se a pessoa toma a atitude de querer sair dessa e o Estado não dá condições, como é que vamos combater essa droga? Matando, como fazem os traficantes diariamente? E quando o meu filho não tiver mais o que levar de casa para trocar por uma pedra – ele já levou computador, liquidificador, roupas, calçados, celulares, muito dinheiro – o que vai acontecer?”, indaga a mãe aflita, relatando ainda que os remédios não surtiram efeito e o filho continua usando a droga diariamente.

Para Ivonete, o Samu não tem estrutura para atender a demanda de casos em Maceió e a saúde pública é ineficiente. “Não sei se os médicos têm razão em querer paralisar, afinal fizeram um juramento de salvar vidas. O que vejo é puro interesse, só pensam em dinheiro, são desumanos, muitos deles, principalmente no HGE, porque já estive lá e presenciei. A morte é algo que não mexe mais com o emocional desses profissionais, é comum, banal”, desabafa.

Em outubro do ano passado, a jovem Elizabeth Medeiros, de 18 anos, se viu muito aflita quando o avô teve um início de AVC – popular derrame – e o Samu demorou mais de 40 minutos para chegar. “Ficamos todos muito aflitos, meu avô estava muito mal e a ambulância não chegava. Mas, no final ficou tudo bem, o médico fez um bom atendimento”, conta a back office.

Elizabeth acredita que existem bons profissionais da saúde pública, mas o que falta mesmo é estrutura para um bom trabalho. “Acho que se tivessem mais ambulâncias o atendimento não teria demorado tanto. A minha reclamação é com a demora no atendimento, mas o médico foi muito bom a salvou meu avô”, disse.

Há muito tempo que a mídia tem mostrado a triste situação de quem precisa da saúde pública do Estado. Apontar culpados é o que se tem feito, mas nenhuma solução definitiva foi tomada e a população mais humilde, que precisa desse serviço, paga seus impostos para ter o direito a ser bem atendida, é a que mais sofre com a falta de estrutura, falta de profissionais capacitados e principalmente humanizados. Não se tem condições de trabalho para os médicos e nem vida digna para os doentes que não tem opção, a não ser depender dos hospitais públicos.

Thayanne Magalhães (Foto: paciente no chão da recepção do HGE; médicos e enfermeiros ignoram)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Essa é a Vibe!


Quero só compartilhar um pouco do que vivi no último fim de semana, no reveillon! Uma sensação de estar onde sempre quis... de ter encontrado o lugar que só existia em meus pensamentos e sonhos. É sim, sério. Nada de estress, nem ônibus, nem filas... A natureza, a comida gostosa, a gentileza das pessoas que vivem naquela vibe... naquela energia positiva. O contato com a natureza, com Deus. Lençóis, Chapada Diamantina... vou voltar sempre e sempre lá. Não fico de vez porque preciso trabalhar para conhecer mais lugares... Mas tenho pra mim que um dia vou pra ficar. ^^ Muito bom! Essa é a vibe! Que fique em mim... que cada vez que eu lembre e olhe as fotos... que volte a sensação de que a vida é fácil de viver... o mundo é simples se eu quiser... só existe energia boa dentro de mim. O mundo é todo meu... e eu quero mais do que sentar na frente de um computador e passar meus dias trabalhando por dinheiro! Eu não quero rotina.. quero trilhas, banho de cachoeira, cheiro de mato, gosto de fruta, mergulho em rio cristalino, almoço na montanha... banho de mar, surf, andar a cavalo... essa é a vibe!

Thayanne Magalhães

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Profecia Maia: o que você faria se o mundo fosse acabar em 2012?

Segundo alguns pesquisadores e divulgações na internet, os Maias deixaram para nós sete profecias. Uma delas diz que no sábado, dia 21 de dezembro de 2012, nossa época de medo, ódio e materialismo irá acabar. O Primeira Edição foi procurar saber das pessoas o que elas fariam se o mundo fosse realmente acabar em dois anos, e descobrimos algumas que venderiam tudo o que tem para viajar pelo mundo, ou perdoariam todas as mágoas e aproveitariam muito mais os momentos com as pessoas que amam.

A contadora Juliana Kelly, de 25 anos, disse que aproveitaria o que lhe restava de tempo para ser mãe. “Não quero morrer sem saber o que é ser mãe. É meu maior sonho. Também não perderia mais tempo adiando as coisas que tenho vontade de fazer. Perdoaria quem eu tivesse de perdoar hoje mesmo, ligaria para quem eu amo sem medo de parecer ridícula. Abraçaria mais meus amigos, amaria mais meus familiares, viajaria para os lugares que eu sempre quis, dormiria menos e arrumaria logo um namorado para casar e ter meu filho”, conta a jovem.

Outra coisa, eu aprenderia a tocar violão. Estou adiando isso desde a época do colegial. Engraçado como a gente lembra de tanta coisa que queria fazer e ainda não fez por que esse mundo capitalista não nos dá tempo de realizar nossos sonhos. Estamos sempre trabalhando para pagar nossas contas, e a vida se resume nisso”, concluiu Juliana.

O musico e produtor, Denis Porto, de 38 anos, falou que venderia tudo o que tem e iria morar no lugar que ele considera perfeito. “Eu iria para a Austrália, que é um deserto com mar perfeito, pouca gente. Levaria minha mulher e minha filha. Não trabalharia mais, iria só surfar e curtir a vida”, disse o produtor da banda Raimundos.

Tiago Bueno, gerente de projetos de 27 anos, também disse que venderia tudo o que tem e viajaria pelo mundo. “Eu não acredito nessas coisas e nunca parei para pensar nisso, mas, se tivesse que fazer alguma coisa, venderia tudo o que tenho e viajaria pelo mundo. Iria conhecer os lugares que tenho vontade e pelo caminho gostaria de ajudar as pessoas, conhecê-las, conversar”, conta o jovem.

Bueno disse ainda que faria uma porção de coisas que teve vontade de fazer e não teve oportunidade. “Iria pular de paraquedas também”.

A gestora de recursos humanos, Kelly Born, de 27 anos, diria a todas as pessoas que ela considera especiais o quanto as ama. “Eu tomaria muita cerveja enquanto falaria do meu amor para elas [risos]. Também não esqueceria de agradecer a Deus pelo tempo de vida que ele me deu, mesmo que eu considerasse pouco. A vida é o melhor presente que podemos receber, e eu pediria muita sabedoria a Ele para saber o que fazer com oque me sobrasse de tempo para viver”, disse.

Se o mundo vai mesmo acabar como diz a profecia dos Maias, é uma incógnita para a humanidade. Mas, vendo o mundo como está hoje, presenciando as catástrofes naturais, o aquecimento global, vê-se um pouco de lógica na previsão de que o planeta será destruído, ou a humanidade devastada. Contudo, é mesmo preciso ter a certeza de que o fim chegará em dois anos para mudar nossos conceitos, para começar a preservar e fazer o que consideramos certo para nós e para os outros? Nunca se sabe até quando estaremos por aqui.

Thayanne Magalhães

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pensão para amantes : “querem destruir a instituição do casamento”

Um projeto de lei aprovado nesta quarta-feira (15) pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal deve causar divergências entre a opinião pública. É que a lei permite que amantes tenham direito a pensão alimentícia e a partilha de bens, contanto que comprove estabilidade da união.

A proposta, que vale para homens e mulheres, diz que a união formada em desacordo aos impedimentos legais não exclui os deveres de assistência e a partilha de bens.

Para a autora intelectual da proposta, a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), a lei atual é conivente com o homem que tem duas mulheres e, com o projeto, ele passa a se responsabilizar.

O Primeira Edição buscou a opinião dos dois lados. Mulheres e homens casados legalmente, e mulheres que sustentam um relacionamento com homens casados.

O representante de vendas, José Monte Neto, de 27 anos, não é favorável à nova lei. Para o jovem, casado há 2 anos, a aprovação dessa lei irá enfraquecer ainda mais a instituição familiar. “Isso é a desvalorização da família, que é o pai, a mãe e os filhos. Nenhuma dessas leis vai resolver nada. É preciso retomar a consciência de que o casamento, o matrimônio é uma instituição séria, que não pode ser denegrida. Esse tipo de lei só visa a destruição das famílias”, opinou Neto.

Para o jovem pai, a formação da sociedade nasce dentro da família, e é preciso dar exemplos às novas gerações. “Essa lei não vai fazer com que os homens pensem duas vezes antes de arrumar uma mulher fora do casamento e eu não acredito que a decisão de aprová-la seja positiva”.

Uma mulher, que não quis se identificar, falou ao Primeira Edição sobre seu relacionamento com um homem casado e deu sua opinião sobre a nova lei. “Começamos a nos relacionar há três meses. Nos conhecemos pelo MSN e eu já sabia que ele era casado, mas me encantei e acabei ficando com ele”, conta a amante.

Sobre a nove lei, a entrevistada disse que “como amante acho legal, mas se eu estivesse no lugar da esposa, com certeza não iria gostar”.

A amante disse que, apesar de gostar muito da pessoa com quem está tendo um caso, não se sente bem com a situação. “Eu me sinto mal pelo fato dele ser casado, mas, a gente não escolhe por quem vai se apaixonar. Além disso, ele me disse que o casamento dele está para terminar”, concluiu.

A auxiliar administrativa, Walmair Lima, de 28 anos, acha inaceitável o fato de ter que dividir os bens que ela e o marido construiram juntos, com uma amante. “Eu não sei se meu marido me trai, acredito quem não, mas, se um dia aparecer uma mulher dizendo que é amante dele e que quer parte do que eu trabalhei para construir junto com ele, vou ficar indignada”, enfatiza Walmair.

“Essa lei com certeza vai destruir cada vez a família. É inaceitável ter que dividir meus bens e do meu filho com uma estranha”, finalizou.

Thayanne Magalhães

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Promiscuidade: adolescentes também são culpados?

Na última quinta-feira (9), uma denúncia anônima levou as polícias Civil e Militar junto com o Conselho Tutelar de União dos Palmares, a uma ‘confraternização’ que acontecia em um bar na zona rural da cidade, onde supostamente seria leiloada a virgindade de uma adolescente entre 15 e 16 anos. O fato chamou a atenção das autoridades e da sociedade, e as organizadoras da festa, Tais da Silva Costa, 23 anos, e Gisela Oliveira dos Santos, 28, chegaram a ser presas.

O Primeira Edição entrou em contato com as autoridades do município envolvidas nas investigações do caso, e questionou quais medidas de prevenção são tomadas para evitar esse tipo de crime, tendo em vista que a realidade da maioria das cidades do interior do Estado mostra que muitos jovens e adolescentes, por não terem oportunidade para o desenvolvimento, acabam caindo na promiscuidade.

O conselheiro tutelar de União dos Palmares, Anderson Austregésimo, disse em entrevista ao Primeira Edição que o órgão trabalha com campanhas de aconselhamento para pais e menores, mas que o fato da cidade ser grande, com cerca de 63 mil habitantes, e possuir apenas um Conselho Tutelar, dificulta os trabalhos. “Sentimos dificuldade por não atingir um maior número de jovens, que por conta da desestrutura da família, evasão escolar, uso de drogas, acabam se desvirtuando”, disse o conselheiro.

“Nós trabalhamos com a parte da defesa dos direitos da criança e do adolescente, e temos ligação com as escolas do município para promover as campanhas, principalmente em dias de combate, como o 18 de maio, contra o abuso e a exploração de crianças e adolescentes, e essas são medidas de política pública, e é necessário trabalhar essas ações para orientar a sociedade”, conta.

Em relação às declarações dadas por uma das menores, que estaria se sentindo ameaçada pelas acusadas de promover a festa, que foram liberadas no último sábado (11), através de um alvará de soltura concedido pelo juiz Ygor Vieira de Figueiredo, o conselheiro disse que as adolescentes deverão ser ouvidas pelo juiz Bruno Acioly, já que a informação ainda não é oficial para os órgãos que investigam o caso. “Ainda não temos uma base sólida sobre essa informação passada pela menor. Mas é claro que diante das circunstâncias deve haver um medo por parte das vítimas. A notícia foi publicada ontem e hoje a polícia, o Conselho e a Justiça irão tomar as medidas de segurança”, afirmou Anderson.

O conselheiro disse que os trabalhos devem continuar e o envolvimento de mais pessoas neste caso está sendo investigado. “Cabe ao Conselho receber a denúncia e repassá-la para as autoridades responsáveis pelas investigações, polícias, juízes, Ministério Público, que investigam e prendem os envolvidos nos crimes”.

O delegado titular da cidade, Cícero Lima, passou a manhã trabalhando em outros casos e o Primeira Edição não conseguiu falar com ele.

A opinião dos jovens

O Primeira edição entrevistou algumas jovens que acabaram de passar pela fase da adolescência, para saber a opinião delas sobre o caso. Foi perguntado se elas acreditam que os adolescentes podem mesmo agir apenas por influência dos adultos para entrar na promiscuidade ou se por conta da desestrutura familiar e baixa renda, esse caminho seja inevitável.

A auxiliar administrativa, Andressa Araújo, de 22 anos, acredita que o fato do adolescente ser pobre, não ter uma base familiar, não é desculpa para partir para a promiscuidade. “Conheço muita filhinha de papai, em Maceió e no interior principalmente, que tem tudo, mas que só vivem em festas, bêbadas. Elas falsificam até a identidade para entrar em shows e boates. Não se deve só responsabilizar os adultos que estão com elas, porque elas estão lá porque querem na maioria das vezes”, opina a jovem.

Andressa acredita também que os pais deveriam prestar mais atenção nos seus filhos para evitar esse tipo de comportamento. “Acho que pai e mãe deveriam acompanhar a vida dos filhos, principalmente nessa idade. É claro que não dá para saber tudo o que eles fazem na rua, mas é preciso diálogo, regras. A boa educação começa dentro de casa, e acredito que é isso que falta para essas adolescentes, educação”.

A digitadora de programas sociais, Anne Karoline Soares, de 19 anos , é de Pão de Açúcar, e na opinião dela as adolescentes deveria ser tratadas pela Justiça também como culpadas. “É claro que o que aconteceu em União, de leiloar a virgindade, é uma falta de respeito com as meninas, mas elas também têm culpa, porque não foram para a festa obrigadas, acredito eu”, disse a jovem.

Sobre fato de serem pobres, ou por não terem uma base familiar sólida, Anne acha que isso não é desculpa para a má conduta. “Tem tanta gente sem pai e sem mão e se tornam grandes profissionais. Acho que esse caminho promíscuo é escolha própria, na maioria das vezes”.

A jovem disse ainda que a lei para adolescentes é injusta no Brasil. “A maior idade deveria ser dada aos 16 anos. Eles já podem até votar, escolher o futuro da nação, e porque não podem responder pelos seus atos, por crimes? A Justiça sempre passa a mão na cabeça”.

Diante das opiniões é possível julgar que a atual geração de adolescentes tem perdido muitos valores, entre eles a valorização da família. Diariamente podemos ver nas notícias as festas promovidas pelos jovens, envolvendo muitos adolescentes que usam drogas, fazem sexo sem responsabilidade e chamam isso de ‘viver a vida’. Nos sites de relacionamento também não é difícil encontrar fotos que retratam a banalização do corpo das meninas, a apologia ao uso excessivo de álcool.

Seria a hora de rever os deveres dos adolescentes, e não só seus direitos? Não defendendo o que se passou em União dos Palmares. A questão são os adolescentes que frequentam festas por conta própria, e não essas festas promovidas por adultos mal intencionados. A Justiça é mesmo eficaz nesses casos? É preciso prevenir, dar educação de qualidade e oportunidade para que esses jovens, principalmente do interior do Estado, possam seguir caminhos distantes da promiscuidade.

Thayanne Magalhães